Corro sem parar pelo vale do desespero,
não páro nem nunca encontro o que quero.
Caio... Levanto-me e continuo a correr,
não me canso e não tenho medo de me perder.
Mas por mais que vá em direcção ao vento,
não encontro esse tão ansiado momento...
E por isso sigo sempre até nas asas da lua,
vou sem destino, nem rumo, nem casa nem rua.
Invariávelmente travam-me no meu caminho,
mas talvez seja do hábito sigo sempre sozinho.
E se um dia este a que chamam mundo parar,
sei que seguirei para longe do teu olhar...
Talvez lá, a paz seja maior que a calma terrena,
e seja eu enfim senhor de uma harmonia serena.
Porque na terra, na lua, no sol, até talvez em marte,
sou eu que divide mas fico sempre com a pior parte.