quinta-feira, 18 de julho de 2013

Grito Surdo


Corro sem parar pelo vale do desespero,
não páro nem nunca encontro o que quero.
Caio... Levanto-me e continuo a correr,
não me canso e não tenho medo de me perder.
Mas por mais que vá em direcção ao vento,
não encontro esse tão ansiado momento...
E por isso sigo sempre até nas asas da lua,
vou sem destino, nem rumo, nem casa nem rua.
Invariávelmente travam-me no meu caminho,
mas talvez seja do hábito sigo sempre sozinho.
E se um dia este a que chamam mundo parar,
sei que seguirei para longe do teu olhar...
Talvez lá, a paz seja maior que a calma terrena,
e seja eu enfim senhor de uma harmonia serena.
Porque na terra, na lua, no sol, até talvez em marte,
sou eu que divide mas fico sempre com a pior parte.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Metamorfose


Acanhado era o espaço que restringia a tua maturidade,
um fino enrodilhado de linhas delicadas e muito macias,
era longa a dormência que sentias encafuada nessa idade,
era o sofrimento imperativo para atingir o que merecias.
 
Enquanto o teu ser mudava, cada segundo parecia infinito,
presa no teu espaço exíguo nem sentias a tua transformação.
Mas para voar e ter as cores da utopia na qual eu acredito,
a mudança tem de vir de dentro e começar pelo coração.
 
Um dia rompeste o casulo que te abrigava e prendia,
um misto de bom e mau que julgavas sem perceber.
Vste a luz e quiseste saber o quanto ela te merecia,
aconteceu vida no primeiro vôo que deste a conhecer.
 
Mostraste as tuas cores, nas asas que chamaste de desejo,
fizeste melodia com o rendilhado desajeitado do teu voar,
deste-me o crer e querer que em mim eternamente protejo,
mostraste a metamorfose do teu ser, borboleta do meu sonhar.
 
Se algo me fica na alma tatuado bem profundo, jamais o negarei,
seja a vida curta ou longa, venha o fim do mundo e o céu desabe.
Para seres borboleta foste lagarta e sofreste, porque é essa a Lei.
E se não há bem que sempre dure, não há mal que nunca acabe.

Num raio do luar...

 
Ambíguo som que me embala
em suaves ondas de baixa-mar,
ouço quanto o silêncio me fala
na nossa noite amena ao luar.
 
Será a adocicada música do teu sorriso,
ou o teu meloso olhar a rufar tambores?
É sem dúvida o hino que mais preciso,
é esta a terna melodia que liberta amores.
 
O teu abraço é um porto de abrigo,
quanto mais apertado mais alívio dá.
Felicidade é o lugar onde esteja contigo,
melhor nesta vida sinceramente não há.
 
E continuo a serenata que ao luar te canto,
em silêncio com os nossos lábios colados,
estar contigo é apenas um divino encanto,
é termos sonhos a dormir e realizá-los acordados.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Ocaso dos sentidos

 
 
Suavemente o Sol vai-se deitando ao mar,
num mergulho de orgulho mostra o seu voar.
A teu lado sinto o sabor de um sorriso imenso,
misturado com mar, fica doce este amar intenso.
 
Confundo com o sol, o brilho que trazes nas tuas vistas,
a perfeição, para mim, és tu, mesmo que não existas,
o teu sorriso é a maresia da vida neste belo pôr-do-sol,
és a vida e a cor deste porto de abrigo, o meu atol.
 
A Lua, vai-nos espiando em silêncio, timidamente,
vai pintando de escuro o céu sempre delicadamente.
No teu beijo vôo por mundos nunca antes navegados,
sou felicidade e sorrisos que por ti são partilhados.
 
E na brisa da noite vem misturado pitadas do teu calor,
adoçam singelamente o intenso perfume do teu amor.
Deitado a teu lado olhamos em silêncio o céu estrelado,
isto é ser feliz e o que sentimos ainda não foi inventado!!!