sábado, 27 de junho de 2009

Liberdade

Se a felicidade é o objectivo de uma vida,
se a verdade, o que somos, é um estandarte,
se nos levantamos contra a injustiça sofrida.
Então a nossa alma é uma obra de arte.


Se lutamos, contra a hipocrisia, incansavélmente,
se, mesmo sofrendo, somos verdade e liberdade,
se a paixão de viver é igual ao amor que se sente,
então façamos crescer, em nós, esta humanidade.


Vem se és verdade,
não importa a idade,
faz crescer esta cidade,
crê nesta cumplicidade.
Porque eles podem tirar-nos a Vida...
Mas jamais nos roubarão a Liberdade.



(inspirado na minha postura, no meu ser e estar e no filme Brave Heart)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Alma Laranja

Eu, só te quis salvar a alma,
mostrar que a alma é verdade,
que de noite reina a calma,
no rebuliço louco da cidade.


Sentimento, doce, bom e laranja,
A minha alma de bem comigo,
um anjo novo que se arranja,
um alguém que é teu amigo.


Fi-lo por ti, porque és como eu,
mas fi-lo também por mim,
Fi-lo porque, sim isto é o céu,
porque o bem nunca tem fim.


Porém, tenho medo que contigo,
o fim, volte a não ser diferente.
Porque num dia sou um amigo,
no outro de mim foge toda a gente.


Mas a verdade é que fiz o que podia,
fiz sem querer sequer um obrigado,
Mas fiz e sou feliz porque um dia,
o teu sorriso ficou enorme e rasgado.

É Noite

Um anjo, doce, levou-me a voar
seguro num abraço bem apertado.
Deixámos o horizonte se apartar
numa lágrima, lamento guardado.


Um certo, errado que me prende,
livre num sorriso de choro sentido.
Medo inútil que não se compreende,
mas é melhor assim do que ter fugido.


Chove lá fora, no interior do meu corpo,
preso continuo com a mágoa no coração.
Na rua, nada importa, tudo é torto,
e sem fumo talvez se veja a emoção.


É noite, são horas de rumar ao luar,
perder na noite, no escuro, as imagens.
Talvez até, voltar ao negro do chorar,
quem sabe olhar de novo as mensagens.


E se é dor o carinho que dou,
se é mágoa a alma que sou.
Morre a vontade de viver,
morre a alma e o próprio ser.

domingo, 21 de junho de 2009

Discurso do olhar

Consegues, no silêncio, ouvir o meu olhar?
Escuta, ouve a doçura com que fala de ti,
sente o perfume que emana o doce amar,
e que cresce sempre que tua alma sorri.


Consegues ler o meu lábios, tesourinho?
Palavras simples e com tanto significado.
Sei que as sabes de cór, ditas baixinho,
sussurando ao ouvido o sonho alcançado.


E sabes que tudo isto me faz sorrir, amor?
Um sorriso de vida e verdadeira felicidade,
Sabes tão bem o sabor do sorriso e a sua cor,
e sabes que nunca se perderá com a idade.

domingo, 14 de junho de 2009

Dá-me o teu olhar...

Dá-me o teu doce olhar,
deixa-me sentir o sorriso,
antes de a luz se apagar.
É tudo o que mais preciso.


Deixa-me ver quais as cores,
com que pintas o pensamento,
como escondes todas as dores
que atestam o doloroso lamento.


Deixa ver como fazes as curvas
serem rectas simples e perfeitas,
deixa-me saber porque turvas
os sonhos sempre que te deitas.


Deixa que sinta tudo isto em mim,
antes que a luz se vá, em mim, de vez.
Deixa sentir tudo antes do fim,
deixa-me perceber os porquês.


Aqui faz frio, que sinto no meu olhar,
um frio molhado nos olhos e alma,
um lento morrer nos olhos a naufragar,
um grito mudo que silencia e minha calma.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Grito da Verdade

Enquanto houve sorrisos,
ainda que mesmo forçados,
enquanto eu te dei os precisos,
tu deste gestos educados.


Enquanto eu tive para dar,
sem nada de volta querer,
tu soubeste sempre agradar,
soubeste um sorriso oferecer.


Enquanto andei a sabor do vento,
bailando em sorriso de mentira,
souberam me dar o momento,
souberam controlar a minha ira.


Mas um dia a alma acordou,
quis ter uma personalidade,
quis ser sentimento e gritou,
o grito da sua verdade.


E nesse dia, uns fugiram,
outros iniciaram a rebelião,
outros ainda mentiram,
palavras sem coração.


Porque amigos podem não te fazer rir quando não estás triste,
mas far-te-ão sorrir quando sentires que a dor e tristeza existe.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Abre a tua mão

Abre, generosa, a tua mão,
quero apenas e só a ti dar,
o meu muito ferido coração,
para que o possas guardar.
Por favor não digas que não,
sabes que só a ti o posso confiar.


Vivemos em mundos diferentes,
apesar de sermos carne igual,
seguimos rumos divergentes,
saímos ambos da vida mal.


Talvez por seres mais que eu,
ou sentires menos do que sinto.
Talvez apenas por sonhares menos,
muito menos que o que sonho e pinto.


Mas foste, vives em outro mundo,
numa baía perdida de noite ao luar
ou num mar longínquo e profundo,
num banco, um muro a naufragar.


Abre, generosa, a tua mão,
quero apenas e só a ti dar,
o meu muito ferido coração,
para que o possas guardar.
Por favor não digas que não,
sabes que só a ti o posso confiar.


E vocês que se acham supremos,
não vêm como erram na vida?
Dizem menos que queremos,
aprofundam sempre mais a ferida.


Nem em sonhos imaginam o doer,
o chorar que provacam em cada olhar.
Talvez achem que são a razão e o viver,
e que cada um vos tem de adorar.


Talvez por serem mais que eu,
ou sentirem menos do que sinto.
Talvez apenas por sonharem menos,
muito menos que o que sonho e pinto.


Abre, generosa, a tua mão,
quero apenas e só a ti dar,
o meu muito ferido coração,
para que o possas guardar.
Por favor não digas que não,
sabes que só a ti o posso confiar.


Até tu em quem confiei a vida cegamente,
foste capaz de fazer ruir este nosso castelo,
e continuas certo que és verdade erradamente,
que tudo o que fazes e bom, supremo e belo.


Atenta nas palavras que professas,
que dizes ler intimamente no teu ser,
por uma vez abre-te e diz que confessas,
o teu errar, o teu vitorioso perder.


Talvez por seres mais que eu,
ou sentires menos do que sinto.
Talvez apenas por sonhares menos,
muito menos que o que sonho e pinto.

Abre, generosa, a tua mão,
quero apenas e só a ti dar,
o meu muito ferido coração,
para que o possas guardar.
Por favor não digas que não,
sabes que só a ti o posso confiar.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Monólogo

Queres ficar, mas não vês como a espera dói,
por entre esquecimentos que queres lembrar,
para não te doer o olhar triste que mata e mói,
enquanto se rasga um louco presente a acabar.


Prendes o fumo entre beijos em cigarros acesos,
que te trazem sons, imagens e doces perfumes,
caricías suave nos teus rebeldes cabelos presos,
que vais fazendo e reacendendo antigos lumes.


E lá fora a noite é escura, já não há luar,
é frio, agreste o jantar que comes a sós,
tão frio que te faz suar ou talvez chorar
conversando só, com a tua monótona voz,


vês cada segundo passar na brisa que não corre,
parado no espaço, no tempo, na tua memória,
imagens, palavras do tempo que nunca morre,
de um luar que jamais abandonará a tua história.


É frio o quente de outrora,
é amargo o doce que sentes,
vai doer mas já não demora,
a saudade que ainda mentes.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Senil

Para que serve ter todo o tempo do mundo,
se o desejo se revela apenas em um segundo.
Para quê desejar toda a água que há no mar,
se a vontade só quer um canto para aguardar.
De que serve almas a fazer juras de amor,
se a humanidade desse sentimento sente pudor.


Já sei, quero ficar senil, louco,
quero ter aquele olhar vazio,
quero ser menos um a contar.
Ser feliz mesmo com muito pouco,
nunca sentir este amargo frio,
e nunca, jamais voltar a chorar.


Eu só por mim, gostava apenas de te ter,
de sentir como é doce o teu feitio de mulher.
Poder perder-me no teu olhar distante e louco,
sentir-me feliz por na vida ter tão pouco.
Poder sorrir, acordado, durante a noite escura,
por te ver dormir, a meu lado, tão segura.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

No meio da multidão

E de repente, ali estava eu,
ao centro no meio da multidão,
num palco, isolado, só meu,
onde era o centro da atenção.


Todos me olhavam, ansiosamente esperando,
que uma palavra, qualquer, se soltasse em mim,
mas mudo, cego e imóvel, soltei... brando...
A palavra que termina tudo... Disse chegámos ao Fim.


É estranho sentir uma imensa solidão,
vontade de chorar em dia que é de festa,
mesmo quando estamos no meio da multidão,
e as lágrimas são a expressão do que nos resta.

Aquela Musica


Hoje não me apetece passear o cão,
quero ficar aqui ao escuro, nesta sala.
Quero ouvir aquela musica com emoção,
quero sorrir feliz, e contigo cantá-la.


Vou dançar, nos teus braços, a noite inteira,
vou escolher outra música daquelas nossas,
vou ficar louco e entrar na nossa brincadeira,
vou ficar assim até que queiras e possas.


Vamos rodopiar em passos estranhos,
inventar coreografias só para nós os dois.
Vamos trocar os negros para castanhos,
seremos um para o outro, imortais, heróis.


MAs quando vir a mim, saindo do meu céu,
quando o sono, doce, leve me atraiçoar,
tirando-me do sonho que é, pelo menos, meu...
Então, vou fechar os olhos e acredita...hei-de chorar.

Partida da vida...

Quero dizer que te amo,
que és o meu único poema.
Mas sempre que te chamo,
surge esta dor suprema.


Arranho a pele, misturando sentimentos,
inundam-se os olhos, vem o desespero.
Fecho os olhos e vejo-me por momentos,
a pairar, planando sem as asas que quero.


E vem de novo todas as imagens da vida,
as boas e más que me confundem a alma.
Vem toda a alegria que sempre foi querida,
vem esta raiva que me extingue a calma.


Quero dizer que te amo,
que és o meu único poema.
Mas sempre que te chamo,
surge esta dor suprema.


Bate forte o coração, descompassado,
os olhos já navegam na sua nascente,
os cabelos é entre os dedos puxado,
porque hoje até a verdade já mente.


Salto no ar, caindo no abismo sem rede,
solto um grito mudo que ninguém sente.
Vem o sorriso de que ainda tenho sede,
vem a imagem de quem magoa e mente.


Quero dizer que te amo,
que és o meu único poema.
Mas sempre que te chamo,
surge esta dor suprema.


E ainda que tudo seja um estúpida ilusão,
mesmo que ingénuamente queira acreditar,
hoje já não há, ninguém sente, o coração,
já é tarde, o comboio partiu, não dá para voltar.


Quero dizer que te amo,
que és o meu único poema.
Mas sempre que te chamo,
surge esta dor suprema.