sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Leite Escolar



Na minha escola, que relembro com saudade,
aquela onde fui pequeno e homem me tornei,
davam um pacote de leite, talvez sem validade,
que ensinou mais do que alguma vez aprenderei.


Ensinou-me que no mundo há crianças com fome.
Que um simples pacote de leite, talvez sem validade,
era muito mais que o que muita criança come,
mesmo sem que autoridades verifiquem a qualidade.


Ensinou-me que devemos dar sempre liberdade.
Ao chupar pela palhinha o leite que me alimentava,
impedindo o ar de entrar espaçadamente e em verdade,
o pacote não deixava o leite sair e a fome não terminava.


Ensinou-me que um pacote de leite, é um pacote de amor.
Ao qual devemos sempre dar espaço, liberdade e muito ar,
por onde nos alimentamos e somos felizes, geramos calor,
e sobretudo por onde aprendemos um doce e leve amar.


Ensinou-me a existência da companhia e amizade.
Ríamos e falávamos, brincávamos na nossa fantasia
Enquanto todos bebíamos o leite, mesmo sem validade,
e mesmo assim tudo era bonito, tudo nos sorria.


Hoje, muito longe desse tempo em tudo o que me resta,
mesmo sem beber o pacote de leite, aquele sem validade.
Vejo que os pacotes de hoje têm leite que já não presta,
e relembro o pacote de leite que hoje me dá muita saudade.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Como é o Natal

Sabes, acho que não sei como é o Natal.
Nunca tive um Natal sozinho...
Como se compram as prendas?
Como se faz um pinheiro?
Como se adorna um presépio?
Nunca fiz nada assim...

Eu, até nunca gostei de Natal...
Não gosto, nunca pelo que realmente é,
mas pelos sentimentos e balburdia,
pelo dinheiro que se gasta e não gasta,
pelas frases não sentidas de Boas Festas...
Acho que não sei como é o Natal...

Mas mesmo assim, escrevi ao pai Natal,
mandei com o conhecimento do Menino Jesus.
Pedi-lhe todos os meus sonhos e anseios...
Quem sabe ele me ouve e me concede os desejos.
Mas ainda assim não estou seguro de como é o Natal...

Sabes me explicar?

Flor do amor inexistente


E o Sol, vai novamente nascendo,
em breves e lentas lufadas de vento,
Escrevo porque espero que me vá lendo,
porque é enorme o frio neste momento.


Deixo que uma a uma as letras brotem,
formando palavras que me saiem da mão,
deixo que estas imagens me derrotem
e que o sal caia e se espalhe pelo chão.


É um erro, talvez o maior que cometo,
chamem-lhe saudade ou puro amor,
digam que é mentira, e eu prometo,
ver-te-ei sempre como uma frágil flor.


Passam os segundos, os minutos e as horas,
chega a luz, chega a realidade dolorosa do dia,
a palavra insiste sempre em longas demoras,
Juro que nada do que é... é como eu queria.


E escrevo sem pensar, apenas deixo fluir,
as mãos num bailado louco neste teclado,
talvez assim consiga ser feliz e voltar a sorrir,
mesmo com que o meu sonho não esteja acabado.


É um erro, talvez o maior que cometo,
chamem-lhe saudade ou puro amor,
digam que é mentira, e eu prometo,
ver-te-ei sempre como uma frágil flor.


Mas hoje é ainda mais triste que ontem,
o amanhecer é sempre muito mas muito pior,
piora de noite e durante o dia se mantém,
e nada me parece ser ou estar melhor.



Deixei de acreditar em amor faz pouco tempo,
uns não querem outros não perdoam e eu aqui,
para mim o que outrora cantei livre ao vento
já não faz sentido, não existe nem aqui nem ali.


É um erro, talvez o maior que cometo,
chamem-lhe saudade ou puro amor,
digam que é mentira, e eu prometo,
ver-te-ei sempre como uma frágil flor.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Sonhos a Preto e Branco

Deixa-me sonhar a preto e branco,
gosto desse timbre monocromático.
Assim tudo é menos real, dói menos
e torna-me menos psicossomático.


Quero ver, dormindo, os tons de preto
que em sonhos parecem de outra cor,
quero sentir todos os brancos, cinzentos,
que jamais dão relevo a qualquer dor.


Prefiro sonhos a preto a branco,
as cores mentem com a sua temperatura.
Quero sentir-me um quase Deus, um Santo,
quero deixar de ter esta alma dura.


Deixa-me sonhar a preto e branco,
sou daltónico, bem sabes que sim,
deixa que sem tonalidade veja menos,
porque assim nunca verei o fim


Só assim viverei feliz porque iludido
sonharei a cores mesmo inexistentes,
Mas sorrirei porque dormindo
não vejo a cor das mágoas doentes.


Prefiro, sem dúvida, sonhos a preto a branco,
as cores mentem com a sua temperatura.
Quero sentir-me um quase Deus, um Santo,
quero deixar de sentir e ter esta alma dura.

Escrevo

Escrevo, mas são raras as vezes que releio,
talvez por sentir as palavras que me saiem do dedos,
talvez por não ser comercial e simples paleio,
talvez por aqui ser mais fácil de exaltar os medos.


Mas escrevo, porque não tenho, sabendo que existe,
a quem o possa dizer, falando, mas a voz não me exprime.
Aqui e sem olhares que enaltecem a timidez que resiste,
é mais fácil pintar com letras tudo o que alma reprime.


E vou escrevendo, mesmo sabendo que a pouco mas bons
agrado, e que vão lendo as passagens do meu caminho.
Faço-o com prazer sem saber se é como dizem um dos dons,
que carrego e descarrego neste canto aqui sozinho.


Podem até dizer que sou mentira, que me reinvento,
que sou pintura de fresco em cada estrofe que me sai.
Mas tudo o que escrevo é com verdadeiro sentimento,
é tudo o que devia ser falado mas por aí nunca vai.


E assim escrevo, e algumas, poucas vezes, releio mais tarde,
e sinto-me infantil no que disse escrevendo naquele momento.
Não que fosse mentira ou apenas por uma chama que já não arde,
Mas porque parece mal feito ainda que como maior sentimento.

Eterno bem querer...


É bom saber que Te tenho...


Nunca duvidei, mas confesso caí nessa tentação.
Porque depressa correm os boatos, e as más novas,
mais velozes que a velocidade com que a luz se propaga,
quase sempre sem deixarem tempo para qualquer indagação
e mesmo não tendo verdades ou irrefutáveis provas,
insistem sempre em renascer em nova e mais forte vaga.


É bom saber que Te tenho...


Apesar de todas as guerrilhas e parvoíces da vida,
Tu sempre soubeste ter calma com os outros e comigo,
sempre foste único a lidar tão bem com uma amizade.
Acredita que é, mais um pedido de desculpa sentida
porque Te quero ter eternamento e sempre como amigo,
no sentimento que temos e que não deixou de ser verdade.


É bom saber que Te tenho...


A Ti doce amiga que me encantas com o Teu ser,
tão semelhante a mim no mais básico sentimento,
que me deste sempre o prazer de ter um abraço.
Sente nas palavras o meu profundo bem querer,
que quero que sintas a felicidade deste momento,
que Te dou aqui, agora e sem qualquer embaraço.


É bom saber que Te tenho...


Tu que foste a última a entrar nesta peça teatral,
que sendo a última serás sempre primeira para mim,
agradeço a sorrir tudo o que me dás em carinho,
porque me mudaste e sem saberes afastas-me o mal,
Tu que não sabes ser de outra forma sem ser assim
e que nunca,mas nunca me fizeste sentir sozinho.


É bom saber que Te tenho...


Companheiro de luta que nunca deixas que me batam,
que levantas a tua voz e o Teu olhar sempre nobre
para defender uma posição ainda que não acredites no que digo.
É bom sentir o Teu abraço sem corpo quando sinto que me matam,
é bom o Teu apoio que dás sem pensar que possa faltar ou que sóbre,
é bom saber que tenho em Ti um verdadeiro e único Amigo.


É bom saber que Te tenho...


Tu que me entendes como ninguém, como se fizesses parte de mim,
que choras por mim e me dás o prazer de sorrir por Ti nas Tuas vitórias,
que me dás a mão, o braço, o peito e ombro sempre que quero chorar.
Tu, mais um, que podia dizer que tudo tinha chegado ao seu fim,
mas que genialmente vês nas derrotas o lado bom como se fosse glórias,
e que como ninguém me sabes parar, acalmar e no fundo guiar.


É bom saber que Vos tenho...


Não mereço um único gesto da Vossa parte mas insistem em me dar,
são o que tenho e o que não tenho,o que sinto e o que nunca minto,
são o que jamais negarei e que quero ter para a vida e a todo o momento.
A Vós, nobres cavaleiros da minha pequena távola rectangular,
dou-Vos o pouco que sou, o nada que tenho e o muito que sinto,
dou-Vos este abraço de amigo, profundo, sentido e de verdadeiro agradecimento.


É bom saber que Vos tenho meus amigos...



Dedicado a vocês que sabeis quem sois...

Não acredites...


Quando o som do silêncio te irrita,
e a cor perfumada, leve e quente
é inerte, imóvel e sempre aflita,
é mentira tudo o que se sente.


É apenas um acordar fora de horas,
sem razão aparente e motivo de fundo,
são os sonhos, pesadelos que choras,
que te fazem afastar do mundo.


Porque o mundo, esse vive por si só,
não precisa de mais um inútil drama,
não acredites, iludido, no que mete dó,
não acredites que a alma se inflama.


Como um aeroplano, que se levanta e aterra,
sem uma hesitação possivél, mesmo com ajustes,
nunca acredites numa alma aflita que berra,
nunca te dês apenas para que não te assustes.


E se um dia deixares de acreditar no amor,
acorda, abre os olhos, porque ele nunca existiu,
se a felicidade tiver aquele amargo sabor a dor,
segue em frente porque alguém à tua alma mentiu.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Sorriso de Menina

È num silêncio incómodo que escrevo para ti,
Incómodo não pela ausência de som ou burburinho,
Nem porque o faço para ti, parte de mim que não sorri.
Incómodo porque dói saber-te mal e por isso te acarinho.

Queria tanto mais poder ler-te em voz alta um doce poema,
Poder olhar os teus olhos a rejubilar por me ouvires, feliz.
Queria tanto inventar um qualquer plano ou estratagema,
Para que aqui estivesses, porque preciso saber que sorris.

Dói saber que sou pequeno para te dar o que anseias
Imaginar tudo o que sonhas e não o poder oferecer-te.
Dói não poder apagar as linhas razão do que pranteias,
Dói não poder limpar-te a alma e a sorrir poder ver-te.

Mas guardo em mim, para ti, todos os sorriso que vou te dar,
O calor de um abraço sincero e sentido à espera do teu ser,
Uma mão estendida para na face, em festas, te acarinhar,
E o doce som da palavra “AMAMOS-TE” para te oferecer.

Por tudo isto e por acreditar em ti, quero-te de volta,
Quero o teu sorriso ao som da tua viola que adoro,
Quero rir, sorrir, cantar e tocar, não te quero em revolta,
Sou-te o que me deixares ser porque por ti também choro.

Rebusca todos os cantos da tua alma, e encontrarás coragem.
Vê nos sonhos a força que parecer faltar mas nunca termina,
Porque a vida é injusta e tão sinuosa na sua perigosa viagem,
Mas um dia serás feliz só tens de aplicar o teu sorriso de menina.




Nuno


Estou contigo Sandra… beijinho enorme.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O futuro é agora...

Respira bem fundo... Sente-te em ti apenas.
Sente como é bom viver, como és diferente,
como a lua brilha iluminando as novenas,
e como o sol até no inverno continua quente.


Sente a areia que não tens nos pés nesta praia,
como a água que sentes fria, os pés não molha.
à esquerda, os passos que te levaram como aia,
passado, deseparecem no mar. Sem medo...olha.


Imóvel e incrédulo, mas calmo, olha à tua direita,
vê quem vem do futuro apenas para te vir buscar.
És tu, apenas tu, que vens trazer-te o futuro... aceita.
Segue o teu caminho, vive para ti e aprende a te amar.


Agora, em conjunto, segue o teu caminho no horizonte,
escolhe um mundo novo, muda-te como sempre quiseste,
e por maior que seja a pedra, rocha, montanha ou monte,
tu saberás tornar tudo doce mesmo o pior e mais agreste.


Vive por ti, para ti e de bem contigo,
o futuro é teu se souberes como dar calor.
Aprende que tu és o teu melhor amigo,
que a vida só é boa quando espalhas amor.

Pretensão eterna

Quero ver no brilho dos teus olhos,
o futuro doce que trazes no sorrisso,
sentir a felicidade que dás aos molhos,
e saber que é só isso que eu preciso.


Quero pintar com cores que não existem,
os sonhos que a realidade nos vai trazendo,
cheirar o perfume dos olhos que não mentem,
saborear os momentos que vais oferecendo.


Quero sentir entre os dedos o toque sedoso,
da tua face, jubilosa estrela de eterno brilhar.
Quero dar à alma, áspera um toque carinhoso,
que te faça esquecer o passado que te faz chorar.


Quero sonhar acordado, dormindo ao relento,
sentir que sentes o que sentem os sentimentos,
mas só aqueles doces que esvoaçam ao vento,
e que o amor faz sentir nos seus doces momentos.

sábado, 15 de novembro de 2008

Leve Hipnose

Ali estava, no primeiro exercío de avaliação.
O corpo em insegurança balançava livremente,
na sua cabeça além da voz guia ouvia o coração
a bater compassado, calmo, mas frenéticamente.


E depois, outro teste, outro exercício mais.
Assim se apercebe genialmente da capacidade,
de libertar e abrir a mente em condições normais,
e voar, parado como se o corpo não tivese idade.


Por fim a posição final. De pé, ouvia simplesmente.
O corpo relaxado levava-me em loucas sensações,
Estava mas não estava, era eu sem ser eu em mente,
estava por fim pronto a largar todas as emoções.


Ao tocar na cara, imagens voaram como a que a sair,
de uma cabeça cheia de mágoa, solidão e tristeza e dor,
as lágrimas caiam sem que algum som pudesse emitir,
esvaziando da memória a dor que se traz por amor.


Estranho, mas tão libertador. Sensações brutais.
Já na rua a leveza era maior, o sorriso tinha voltado,
o corpo de novo relaxado e as ruas já não eram iguais.
Que bom existirem sábios capazes de terminar o inacabo.

sábado, 8 de novembro de 2008

Gota


Uma gota, presa na liberdade
de um corpo cansado e triste.
Escorre curvada pela privacidade
do caminho sinuoso que existe.


Salta e paira no ar, até tocar o chão,
arrefece ao subir na descida da dor.
poderia ter sido amparada pela mão,
mas caiu e fugiu, escondeu o seu amor.



Uma gota, simples e bela no seu brilhar,
reflectindo o sol solitário do pensamento,
apagando a luz que fica com um luar,
e perpétuando eternamento o momento.


E voa sonhando, um dia, ser uma estrela,
num céu feliz e doce, e iluminar a escuridão.
Tudo o que, é doloroso, e carrega dentro dela
se desvanece e termina ao espalhar-se pelo chão.


Gota de chuva, resto de temporal,
no mar, imenso, do teu, meu, olhar.
Se mais perto mais longe fica o mal,
e uma gota também e saber amar.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Uma Lição

Em cada lágrima que desagua no mundo,
aprendes que o mundo é injusto e agreste,
e que o doer por mais que seja profundo,
existe porque, exististe, amaste e estiveste.


Em cada noite sem sono, ou com ele por vir,
aprendes que a vida por vezes é dura e má,
e que sempre que te esforces por sorrir,
ela te ajudará a sorrir e a ser feliz por cá.


Eu queria roubar-te um raio de luz,
só para poder brilhar como tu consegues,
Planar com a leveza do sorriso que seduz,
e aprender a ser feliz como me pedes.


Em cada momento guardado na alma,
aprendes que ser de alguém é ser feliz,
e que por mais vezes que percas a calma,
ela volta sempre, sempre quando sorris.


Em cada espaço de vida, desta que não desejo,
aprendes que amar e ser amado e algo raro,
e que a felicidade que vem dentro de cada beijo,
é tão imensa que o torna no bem mais caro.


Eu queria roubar-te um raio de luz,
só para poder brilhar como tu consegues,
planar com a leveza do sorriso que seduz,
e aprender a ser feliz como me pedes.

Em cada sentimento de saudade presa no peito,
aprendes que um segundo no amor verdadeiro,
é infinitamente mais tempo que uma vida sujeito
á solidão de, uma vida não vivida por inteiro.

Em cada lição de amor que fores capaz de ouvir,
aprendes que a vida é boa quando tu a vês assim,
e que um carinho é tão bom de receber e sentir,
que guardo todos os que tenho para ti em mim.

Eu queria roubar-te um raio de luz,
só para poder brilhar como tu consegues,
Planar com a leveza do sorriso que seduz,
e aprender a ser feliz como me pedes.

domingo, 2 de novembro de 2008

Se pelo menos...



Se pelo menos...
Eu conseguisse e te pudesse falar,
dizer-te tudo o trago preso na garganta,
falar-te de tudo o que me encanta.


Se pelo menos...
Tu me ouvisses e quisesses partilhar,
falasses de ti, de mim, de tudo e do amar,
e por fim nos pudéssemos abraçar.


Se pelo menos...
Eu tivesse como e tu quisesses de verdade,
se a estrada se encurtasse numa cidade,
e se os momentos fossem sempre de sinceridade.


Se pelo menos...
A verdade não fosse mentira,
o teu olhar não me visse com ira,
e partilhasses o ar que se inspira.


Se pelo menos existisses, amor,
fosses, luz, cor e verdade sentida,
Fosses o abraço doce confortador.
Se fosse assim... então havia vida.

Horizonte



Perguntas... Mas foi sempre assim?
Sabes, um dia sonhei, cantei e sorri,
tudo o que um dia era bom em mim,
partiu num dia, para sempre, me perdi.


Sabes, os sonhos são feitos,
daquela matéria inexistente,
e quando são simples e perfeitos,
dão-nos felicidade permanente.


O ar que respiras, mais não é,
que um sonho perfeito de vida.
Só alcanças um destino pelo teu pé,
e só lá verás a felicidade devolvida.


E o olhar, pelo qual vês o mal e o bem,
na verdade é apenas uma conjugação,
de verdades evidentes que o mundo tem,
e que te fazem bater forte o coração.


O cheiro, do sabor que o tacto te dá,
ajudam a esboçar o amor quando sorris.
E se o destino se esconde quando vais lá,
é apenas porque viver é saber ser feliz.


Perguntas... Mas foi sempre assim?
Sabes, um dia sonhei, cantei e sorri,
tudo o que um dia era bom em mim,
partiu num dia, para sempre, me perdi.

sábado, 1 de novembro de 2008

15 minutos


Dá-me quinze minutos do teu tempo,
abraça-me, só tu me sabes acalmar,
dá-me o teu ombro, so um momento,
deixa-me sentir-te, calado, e chorar.


Sem saber porquê, ou porque não,
sem entender ou conseguir explicar,
só queria poder sentir a tua mão,
porque só tu me podes ajudar.


Penso que nada merece tudo isto,
que tudo e tanto mecia outra sorte.
A minha alma confusa é um misto,
de dor, mágoa, ignorância e morte.

Estrela Tatuada

Por ti, pintei uma estrela, maravilhosa,
fi-lo no meu corpo, do lado do coração,
quis que fosse eterna apesar de dolorosa,
que quando a olhasse o fizesse com emoção.


Fi-lo e refazia-a mil vezes mais, com sentimento,
porque a dor é bem menor que a desta carência,
e no meu corpo irás ficar em cada doce momento,
olhando-a minimizo a saudade da tua ausência.


Conhecedo-me, sabes que o fiz com a maior paixão
Só o mais importante fica para sempre em mim,
és priveligiada e tatuei-te também no meu coração,
e essa tatuagem, nem que morra irá ter alguma vez fim.

Tocar da porta


cada segundo, um milénio que subsiste,
na ausência de doce palavra e gesto,
e se o sol que vem todos os dias existe,
porque não se acalma o meu protesto.


Um pedido de ajuda, por uma mão vazia,
por um olhar surdo e voz muda de gritar.
Um pedido que não se ouve, nem o queria,
mas que existe e insiste em seapresentar.


E não o ouves, finges que não o vês,
mentes, desejando-o e dizendo não.
Foges sem querer saber os porquês,
recusas a quem quer dar-te a mão.


Olho o telefone, parado, com insistência.
À espera da cura que tarda em chegar,
do tocar da porta que traga o fim da ausência,
do abraço que, feliz por fim, me faça chorar.


Mas não, retarda, e a solidão é cada vez mais dura.
se viesse já tinha chegado onde sabe que estou.
Para fazer valer uma lágrima de felicidade pura,
para dizer que vale tudo por quem um dia se amou.

Véu



Mais uma noite, fria, sem aconchego.
È tarde e o sono não veio, não chegou.
È cedo, manhã, e o ansiado doce sossêgo,
parte dizendo que esta noite já acabou.


Em sonhos, gestos perdidos, vejo saudade,
na mistura da lua com a chuva e o vento,
sinto a agre e cara conta da infelicidade,
por cada lacerado e esquecido momento.


Ninguém, neste mundo pode tudo sentir,
tudo querer, tudo sonhar, pintar e desejar,
e depois dizer que afinal estava a mentir,
que tudo o prometido era uma Não Amar.


Todos menos tu, que pintas bonito o céu,
que fazes o inverno ser doce e ter calor,
que te escondes atrás desse teu opaco véu,
Podem dizer que nunca foi verdadeiro amor.


E tudo se defaz, se dissolve, nunca mais.
E se a vida nos leva para distante de nós,
Eu recuso,sim, desejo que sejamos iguais,
porque o amor nunca é feito a uma só voz.