quarta-feira, 21 de julho de 2010

Caminho do coração...

Seguia o caminho longo de olhos feridos inundados,
solitário de alma e companhia, leva a sua alma
por entre curvas rectas que não levam a lado algum,
uns dias impaciente, alguns ansios e outos com calma.

Segue a sua viagem peregrina, ao calvário do seu destino,
na cabeça imagens do que fora a sua origem e criação,
na vontade apenas o querer imenso de voltar a ser menino,
na telefonia avariada ecoavam os gritos mudos do coração.

E segue, sem destino definido
com rumo ao tangível infinito,
sem medos ou receios,
sem curvas nem passeios,
porque viver é sempre sentir
e para amar tem de saber sorrir.

Procura na luz da noite, ofuscada pelo negro de alguns dias,
a vontade persistente do querer que se um dia se perdeu,
passa cortadas, caminhos, cruzamentos e iluminadas vias,
ninguém tem destino se não souber onde vai e o que é seu.

Nesta viagem vale tudo e não vai faltar combustível para mim,
a única regra, imposta pelo destino é nunca poder voltar atrás,
pode aceitar parar, prosseguir, virar e até determinar o fim,
mas para trás fica a utopia do que nunca foi, do que nunca se faz.

E segue, sem destino definido
com rumo ao tangível destino,
sem medos ou receios,
sem curvas nem passeios,
porque viver é sempre sentir,
e para amar tem de saber sorrir.

Apenas sabe respirar e isso serve-lhe como vida,
para si uma flor murcha é mais uma vida sofrida.
Faz do seu silêncio um monólogo do seu sofrimento,
imagina a audiência estarrecida no seu depoimento.

Mas acorda sozinho, no seu mundo sempre inquieto,
onde um abraço ou um sorriso são sinais de afecto.
E traça a sua vida ao sabor do seu caminho em solidão,
canta a sua música ritmada ao sabor apenas do coração.

Pode um dia ter um porto de abrigo,
um sorriso, um coração que toque consigo,
nesse dia fará dessa música um dueto perfeito,
um ser que o faça feliz ao partilhar o seu leito.

E segue, sem destino definifido,
com rumo ao tangível destino,
sem medos ou receios,
sem curvas nem passeios,
porque viver é sempre sentir,
e para amar tem de saber sorrir.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Realizador de pesadelos...

Parado no pontão da realidade,
onde a vida é mais silenciosa,
e acontece com uma naturalidade,
paz, solidão e calma tão deliciosa.
Devoras sonhos na espuma do mar,
como se o seu bater fosse coragem,
como se os elementos se pudessem amar,
e pudesse dormir sempre com esta imagem.
Fecho os olhos e vivo este quadro só meu,
lá longe, numa longíqua outra margem,
ficaram sons alegres do que se viveu,
ficaram sonhos presos a uma imagem...


E choro em silêncio o meu destino, em vão,
de sonhar e nunca acontecer... é destino,
realizo os pesadelos que magoam o coração,
choro porque ninguém entende este menino.
Será simplesmente feitiço ou eterna sina?
Acabará um dia ou resistirá eternamente?
Diz-me com o teu olhar silencioso de menina,
diz-me e adormece-me doce e calmamente.
Só tu o sabes fazer, só tu tens esse poder,
vem e com um gesto traz-me o acalmar,
deixa no teu colo vir o meu adormecer,
vamos voar, sonhar, ser felizes e amar.


Só em mim os pesadelos se realizam
Vivo em sonhos e sonho a verdade,
desenrolo a vida sempre em ilusão,
sonhos um tesouro e uma cumplicidade.

domingo, 18 de julho de 2010

Dança da Lua...



Feliz exposto ao sol do sul,
onde a vida é doce e aquece,
onde o sorriso volta e acontece
no infinito deste enorme azul.


Bandas sonoras tão marcantes,
imagens da felicidade tão real,
dias e noites como foram antes,
e parece tudo tão natural.


Poderá ser do sal deste mar,
do calor desta quente praia,
poderá ser apenas do sonhar,
ou da dança que a lua ensaia.


É verdade, isso o admito,
è maravilhoso este dançar,
Quero que me leve ao infinito,
quero voltar a amar.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Sorrir na Despedida

Uma simples lágrima na despedida

É, tão-somente, um desejo de regresso.

Uma mensagem imensamente sentida,

Um desejo que a mensagem tenha sucesso.


E porquê de despedida a chamar,

Nome feio, áspero e tão definitivo

Porque temos sempre de chorar,

Quando sorrir seria mais acertivo.


A dor que sentimos pela falta de quem parte

Aparece em cada despedida, em cada adeus.

È um dizer silencioso de eu espero amar-te,

Eu quero ser os teus sonhos e tu dos meus.


Sentimos dor na despedida porque foi bom,

Porque não esquecemos cada marca dada,

Porque em silêncio iremos gritar sem som,

A saudade, a falta de uma presença amada.


A despedida apesar de muito doer,

É um registo de bom sentimento,

É um mostrar de imenso bem querer,

É apenas mais uma marca, um momento…


E na volta tudo será sorriso doce e permanente,

Será abraço apertado e beijo tão demorado,

Será uma felicidade que crescerá eternamente,

Será o fim da despedida e do pesadelo chorado.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Dados lançados



Há dias assim, vazios e cinzentos,
em que nos sentimos a flutuar,
balançamos ao sabor de momentos,
e vamos-nos deixando ir e levar.


Nada está mal, mas nada está bem,
temos companhia e sentimos a solidão,
vemos o mundo sem querer ver ninguém,
temos vida mas não sentimos o coração.


Há dias em que o silêncio é barulho infernal,
em que o sol é escuridão, e o calor é frio,
não destinguimos o tudo do nada, o bem do mal,
e confundimos o mar com um pequeno rio.


Sentamo-nos a ouvir o vento cantar,
fechamos os olhos e vemos a lua bailar,
sentimos na pele um sonho a chamar,
e sonhamos um novo e diferente acordar.


Há um dia que metemos a mochila às costas,
arrumamos o passado e esquecemos o futuro,
lançamos os dados mesmo sem termos apostas,
e fazemo-nos ao caminho ainda que seja duro.