quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Âncorado

Ao rasgar o presente sentes
que no fundo mentes,
que o passado se confunde com o futuro,
apesar de ser duro e imaturo,
sentes o frio do sol e do gelo o calor,
confundes a saudade com a dor,
imaginas que a vida é sonho
e que o sonho não é mais que uma ilusão.


E no fim...
no fim, a música continua igual,
sempre fútil e banal,
sempre os mesmos acordes,
com o mesmo ritmo descompassado,
talvez certamente errado,
em compassos silenciosos
que o mundo te dá
e por mais que corras,
te magoes ou morras,
nunca consegues sair do mesmo lugar...


Talvez um dia o mundo gire ao contrário
e a vontade te faça voar em todos os oceamos,
talvez navegues nos céus pintados a violeta
num final de tarde como nunca existiu.


E se quando esse dia chegar,
suspiras profundamente,
libertas a alma e a mente
de tudo o que a enferruja,
a mata e a torna suja,
e voltas a sorrir
no teu caminho de regresso a casa...


Um dia, rosa será apenas uma flor
laranja apenas uma fruta...
Um dia chegará ao fim a tua luta.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A razão de te amar...

Percebes agora porque te amo?



Serias talvez a pessoa mais sensata
se deixasses morrer esta serenata,
esta música doce que por vezes dói,
esta saudade infinita que tanto mói.


Mas tu és sonho, és amor de verdade,
és um tesouro até em pura generosidade.
Perdoas o que é imperdoável sem razão,
em vez de afastares consegues dar a mão.


Sou o homem mais sortudo do universo,
por ter quem faz a minha vida um verso.
Nunca compensarei o sorriso que me deste,
é impossível ser como tu flor silvestre.


No amor que me deste, carnal e sentimental,
neaquela tarde tão marcante, foi tão doce e real.
Posso viver mil anos e outros mil por mim passarem,
que nunca existirá almas capazes de te igualarem.


Só tu sabes tanto de mim,
só tu sabes que não há fim,
Só tu sabes o mundo parar,
só tu me ensinas a amar.

A minha imperfeição...

Fui torto, infeliz e imperfeito,
fiz o impossível na loucura,
quero esquecer o que está feito,
quero esquecer aquela tortura.


Fui o pior de mim que conheço,
fui a vergonha que amargura,
sei que nem um olhar mereço,
já não sei se tenho qualquer cura.


Peguei os passados e dei-te a destruir,
a cada pedaço de felicidade que rasgavas
eu sentia uma dor imensa me consumir,
senti que te doia e ainda assim me matavas.


Sei que me perdoas, mas eu não o faço a mim,
sei que não o esqueces e eu como tu também não,
chorei com medo que fosse o princípio do fim,
chorei porque fui um monstro sem qualquer perdão.


Mas tu, única como tão bem o sabes ser,
perdoas a sorrir este meu louco desespero.
Vou lembrá-lo até ao dia em que morrer,
como a noite que nunca mais quero.