quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Momento

Está quente, o brasido

ajuda a fogueira a arder,

com um fogo colorido

que arde sem se ver.




Aquece este quarto

como se fosse preciso.

E se por acaso me aparto

esconde-se o teu sorriso.




No chão onde nos amamos,

ficam roupas espalhadas.

No ninho onde suamos

Vivem emoções amadas.




Deitado ainda de costas,

toco teus olhos com os meus

sinto-te, sentes-me como gostas

Sou muito maior que ZEUS




Digo-te o quanto te amo,

fazendo sempre calado.

Estremeces se te chamo,

estremeço ao me sentir amado




No fim, lado a lado a olhar-te

choro feliz, por um amor assim.

Sinto-me feliz por amar-te,

feliz por fazeres parte de mim.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Um dia bom para morrer

Hoje,
está um dia bonito para morrer,
como se existissem dias bonitos para tal acontecimento.
Mas realmente hoje, os astros conjugam-se para o acontecimento.
O vento parou como se tudo acalmasse com a partida.
O sol brilha e acontece neste planeta, chamado Aqui...
As pessoas passam e já não me vêm aqui, assim sim,
já a nada importo, e por isso o dia é bom para morrer.
A música já não é ouvida por ninguém, o rebuliço é feito
em pausas demoradas como se quisessem que a morte viesse
numa paragem para que não fosse vista.
A lua, ontem nem apareceu, para não ver o fim.


Hoje,
está um dia bonito para morrer.
Fica quente neste frio, fica cheio este vazio
que ninguém sentirá, só eu, aqui só como sempre.
A terra parece rodar ao contrário, para marcar este dia.
A minha campa, está aberta e a festa está preparada,
com guitarras que não têm som, e velas que não dão luz.
A procissão que será apenas minha, não terá ninguém,
não quero o penar de outrém só porque decidi ir.
À chegada, o coveiro, invisível, fará as exéquias
deitar-me-ei na terra fria para pôr fim à minha dor.


Hoje,
foi um dia bonito para morrer,
Como se morrer fosse deixar de respirar, fechar os olhos,
para o coração, deixar de sentir, ouvir e saborear.
Deixar de andar, de tocar até mesmo de me irritar.
Morrer é muito mais que tudo isso...
Morrer é um deixar de sentir, porque ao sentir dói.
Morrer é fugir porque a amargura não deixa espaço
para ser feliz, alegre e emotivo.
Quero voltar a ser feliz, quero voltar a sorrir, quero...
ser o que era, e poder sorrir quando me deitar...
por isso decidi morrer hoje, porque está um dia bonito.

Morrer

Morrer nem sempre é o parar do coração,
pode ser muito mais, e para mim é, assumo.
É o parar de todo um sentir com emoção,
é o deixar de cheirar tudo o que perfumo.


Morrer é deixar de querer ver,
é deixar de poder e querer sentir.
É muito mais que deixar o ser,
é poder ver sem querer sorrir.


Morrer, para mim, é respirar sem vontade.
É um sair para sempre, para não mais entrar.
Digo-o porque o sinto com toda a verdade.
Morrer acontece quando deixamos de amar.


Porque aqueles que jazem e que continuo a amar,
vivem em mim e continuam nas cabeças de alguém.
Existem vivos, mortos, em quem deixei de acreditar,
para todos esses... "A morte fica-vos Tão bem..."

O fim da palavra

Cheguei ao fim das palavras, e choro.
A doçura que tinham terminou, sem sabor.
Não consigo dizer o que sinto, demoro.
Sinto frio mesmo expostos a este imenso calor.


Achei por bem, terminar de mostrar
tudo o que sinto nestes escritos.
Sinto que tenho e devo, parar, terminar
ainda que digam e os achem bonitos.


Pode ser desvairo, loucura,
pode até ser a maior estupidez,
mas o que escrevi para sempre dura
porque foi escrito com a maior lucidez.


Para trás fica uma palavra doce e uma amarga,
fica uma lágrima, um suspiro de uma alma assim.
Fica tudo o que a minha garganta embarga
Por dizer que tudo chegou ao fim.

Amor Adiado

Custa dizê-lo, tanto que ao pensar
as lágrimas, pela cara, me caiem.
Depois de tudo o que foi amar,
deixar que os sentimentos desmaiem.


É negro este estado de alma em amargura,
chega a ser doentio por saber como era bom.
Sentir que a música acabou insegura
e que o seu tremer se sentiu no seu som.


O queixo treme sem ter frio nem medo,
os olhos se afogam, a pele fica arrepiada.
Voam os momentos, que acabaram tão cedo,
na cabeça que se sente, triste, tresloucada.


Vejo imagens irreais do que sou e anseio,
sinto tremores, suores frios e agonia.
Sinto que deixei fugir tudo o que veio
que um dia me trouxe o doce da alegria.


Ai se pudesse apagar a luza da minha vida,
fechar os olhos e poder voltar descansado.
Se pudesse mudar a amargura sentida
por este triste amor que sinto adiado.

Desencontros



Os lencóis não me deixam rodar mais.
Esta insónia permanente é doentia.
O sol e a lua em movimentos normais
sofrem de tudo o que a minha alma sentia.


Quando um acorda o outro se deita,
Quando um aparece o outro se esconde.
Se um quer, o outro finge, não aproveita,
e o desencontro aumenta sem saber onde.

Desencontros, um sorri, o outro chora,
um é feliz, o outro fica em agonia.
Tudo é fugaz mesmo quando demora
muito mais tempo do que queria.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Chega

Chega!
Mentiras que docemente embalam a alma.
Meias verdades e desculpas que iludem.
Desculpas que me deixam na calma,
no silêncio a que sempre se aludem.

Chega!
Todas as faltas de tempo para mim.
A tua vida atarefada que te afasta.
A falta de apoio que se reflecte no fim
e todo o desencontro que nos agasta.

Chega!
A desautorização sempre irreflectida,
o absentismo constante no teu ser,
A lentidão com que reages à vida
e a tudo o que demonstro querer.

Chega!
As indecisões, o ocultar de toda a verdade,
o olhar para os outros sem pensar no que fazem,
quererem ser a única pura e sincera realidade,
julgar-nos mais mortos que todos os que jazem.

Chega!
De ser palhaço politicamente correcto,
de dizer sim quando quero dizer não,
de ser enganado e iludido por completo,
de me magoarem profundo no coração.

Chega! Eu... existo.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Gosto de ti como és



Gosto de ti como és
com todos os teus defeitos
imperfeições e o teu revés
em momentos perfeitos

Gosto de ver como tu
ser o teu ser em mim.
Ser uma alma a nu
e poder viver assim.

Gosto de sentir o teu toque,
ouvir a tua doce e suave voz
gosto que o teu amor invoque
aquilo que queremos para nós.

Gosto de ti... Posso dizer que te amo?

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Foi de repente




Naquela tarde, o sol redondo era morno
a felicidade fingida era feita em torno.
Tudo pintado a cores quentes de pastel,
uma vida atada por um fino e frágil cordel.
Escultura indefinida por mão insegura e tremida
calejada pela agressividade de uma dura vida.
Mesmo assim mostrava a sua triste felicidade
num rosto antagónico motivado pela sua realidade.

Saiu fingidamente confiante com o seu alto ar triunfal,
usou o melhor fato, o único que até nem lhe ficava mal.
Foi pela rua voando pelos recantos escondidos da memória,
usando de tudo para tentar mudar a sua triste história.
Pediu conselhos com um olhar amargurado de pedinte,
procurou bem fundo escolhendo o seu melhor ouvinte.
Sentou-se, respirou fundo e tentou falar, num grito mudo,
daqueles que matam, ardem, queimam, corroem tudo.

Sem querer, foi falando calado num banco de jardim,
falando mudo para o seu ouvinte, uma flor de jasmim.
Quanto mais falava mais o seu peito ficava vazio
e secava a água, selvagem, que um dia correu neste rio.
O seu coração parou e tudo ficou escuro como breu,
alguém no jardim gritou que a sua alma morreu.
Hoje os amigos vivem com uma dúvida na mente,
"Como será que aconteceu?" ... Foi de repente...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Dança do amor

Dançando contigo na calçada,
uma música que não ouvimos
tudo pára, parece um tudo nada,
quando um ao outro nos sentimos.

Em cada passo de dança que damos,
parece que foge dos pés este chão.
Nesta sala que é rua onde dançamos,
esta dança lança-nos na emoção.

É uma música sem som para dançar,
um rodopio de alma sempre parado.
É um voar com a alma e alcançar,
um sentimento nunca antes alcançado.

Esta dança que simboliza o que sinto,
é muito mais que trocar de pés com o par.
Diria que não é nada, mas saberia que o minto
se vos dissesse que o que sinto não é amar.

Quero ouvir esta música mesmo na tempestade.
Quero sentir esta loucura, queimar-me neste calor.
Esta será sempre a minha feliz e sincera realidade
Este será sempre o meu verdadeiro amor.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Tesouro - A flor da Felicidade




Encontrei um Tesouro

achei a flor da felicidade.

Vale muito mais que ouro

e que qualquer divindade.



Quando a vi, tão delicada,

com brilho resplandecente,

Escalei a montanha inclinada

onde estava o meu presente.



Junto a ela, lá em cima, cansado,

Deitei-me a recuperar ofegante

Sorri porque por fim tinha alcançado

o ser que dá felicidade constante.



Cheirei-a, senti no ar o seu perfume.

Toquei cada pétala, suave e aveludada.

Beijei o seu ser, lá em cima no cume,

onde a felicidade parece um pequeno nada.



Cuidadosamente, peguei no seu delicado ser.

Trouxe-a comigo, é o meu Tesouro mais precioso.

Trato-a todos os dias com carinho e querer,

guardo-a no meu coração, o ser mais fabuloso.



quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Sou teu


Corria desalmadamente na praia deserta,

desaparecia, ao longe, na neblina matinal.

É magia de feiticeira a forma como encanta,

e faz o impossível, parecendo que é normal.



Sorri com olhar maroto de quem sabe o que quer,

com a timidez de um luar entre nuvens escondido.

Faz voar em sonhos acordados no seu tocar de mulher,

faz o mar parecer sempre mais bonito que o pretendido.



Entrega-se por inteiro de corpo e alma,

enlouquece num beijo por ser intenso.

Dá-se em amor e oferece toda a calma

porque, amor, tem para dar imenso.



E se num momento de amor, seu, nosso, a dois,

o mundo pára é porque é real e puro amor.

E quando enlouquecemos, o que acontece depois

derrete glaciares com toda a verdade do seu calor.



Sou seu, todo seu, só seu e para sempre seu.

Digo isto porque em amor para si sorri.

E se um dia partir e só te deixar sem o meu eu,

Chora nesse dia, parti, porque para sempre morri.






Perdido

Perdido, sinto-me num vazio.
Como se tudo e nada fosse igual,
Como se não houvesse água no rio,
e toda a gente achasse normal.


Mesmo na hora mais soalheira,
tenho a alma negra em tempestade.
E por mais que seja verdadeira
a mentira oculta sempre a realidade.


E á noite, quando todos vão dormir,
é mais difícil controlar o choro.
E por mais que me esforce em sorrir,
as lágrimas gritam em coro.


Sinto-me uma embalagem cuidada,
com um produto que não presta,
Com publicidade enganosa e errada,
que ilude com o sorriso que me resta.


Por fora, sorrio, vivo e estou bem,
Por dentro estou morto e cansado.
Vivo sempre na dúvida de ser alguém,
que o mundo queira ver realizado.


E à noite, quando todos vão dormir,
é mais difícil controlar o choro.
E por mais que me esforce em sorrir,
as lágrimas gritam em coro.


Se ao menos a lágrimas criassem um rio
que me animasse com quem trouxesse.
Se alguma mão divina me desse o brio
de ser feliz pelo que no rio viesse.


Se a minha vida desse uma volta,
e tudo ficasse a ser um verão.
Se o sorriso andasse de novo à solta
e a alegria voltasse ao meu coração.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Vou

Vou andando,
caminhando nesta rua sinuosa.
Olhando os becos onde entro e só saio se voltar atrás.
Vou evitando os abismos, os buracos negros da minha vida.
Tento apanhar todas as pedras que encontro na minha estrada,
construindo com elas o meu forte de protecção.
Esse forte que por vezes é tão frágil que cai no primeiro sopro.
Mas mesmo assim, tento reconstrui-lo, uma e outra vez, e ainda outra mais,
só não sei até quando, porquê, para quê...Mas faço-o.

Vou voando,
que é o que faço de melhor, o meu vôo vai além do horizonte.
É um voar sem destino, muitas vezes, sem compreensão.
É voar com asas de papel, de ferro e aço, de madeira, de penas e por vezes de ar...
Quando plano usando as minhas asas de ar, normalmente caio e saio magoado, mas
por burrice ou quem sabe ignorância, volto mais tarde a voar com as mesmas asas que me
deixam sempre cair, que não amparam a minha queda.
Ainda vou aprender um dia que para voar temos de aprender
a controlar o vôo, a escolher as asas e sobretudo ter controlo de como aterrar.


Vou nadando,

nas águas da minha imaginação, que aquecem a minha vida.
Naufragando de tempos a tempo e voltando a naufragar de novo.
Encontrando sereias que ajudam e que seja um naufrago salvo dos mares bravios.
Encontro portos de abrigo, tenho faróis que me guiam e cabos de protecção.
Encontro o sabor a mar, no sal, na espuma das ondas
que corto com a minha frágil barca, tábua rasa onde me sustento á tona da água.
Sinto a vida que este mar me dá, sonho em ser marinheiro eternamente
e viver pelo mar, para o mar e com o mar morrer.

Vou sonhando,
que a noite por vezes é amiga. Escurece os podres da alma,
dá vida às vontades desejadas, protege a ingenuidade.
Aqueço-me nos sonhos que tenho, esquecendo que existem pesadelos.
Faço planos em segredo enquanto durmo, sou Rei, Imperador,
Pedinte, Mendigo. Mas sou alguém, sou ser como se ser fosse querer,
como querer fosse poder... E então aqui posso, e sou.
Aqui de certeza sou feliz, de uma felicidade eterna até ao acordar
e voltar á realidade abrupta que me arrasa, por vezes...

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Doce




És doce,

por ti subirei ao topo do mundo

e lá bem alto gritarei que és o meu amor.

Sem ti nada faz sentido e contigo o mundo pára num segundo

como se lá fora tudo ficasse em pausa controlada pelo nosso amor.



És doce,

ès um sonho, um tesouro que encontrei e não posso perder.

És poesia nunca escrita, por ti vivo, sou feliz e realizado.

Contigo tudo é bonito e cada momento é único, é viver.

Por ti sinto coisas que nunca ninguém sentiu, sinto-me amado.



És doce,

Só por ti sinto saudade no primeiro segundo após te deixar.

Fazer amor contigo é inexplicável, é intenso, puro e verdadeiro.

Só a ti amo, como nunca ninguém amou e deixou amar.

Só em ti sou feliz, sou rei, sou deus, sou teu por inteiro.



És doce,

és ternura, e meiguice, és canto de trovador ao luar,

serenata à chuva na rua, sonho de amor, minha vida.

Contigo aprendi tanto quanto cabe num doce amar,

em ti sou louco, por ti amo, a ti te desejo minha querida.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Eternidade




Eternidade,

Essa palavra elevada ao limite do existente.

Que nos deixa por vezes triste, outras contente.

Que conjugada no horizonte pode não doer, felizmente.

Essa palavra que pode matar, nunca me deixando doente.



Eternidade,

Palavra de duração longa e indefinida.

Que ora nos traz alegria ora abre uma nova ferida.

Que muda tudo o que sentimos numa vida.

Que pode ser madrasta ou a mãe mais querida.



Eternidade,

Pode ser escura ou de uma cor bem alegre e viva.

Poder incorruptível de uma triste solidão activa.

Dor de uma alma amargurada, magoada e passiva.

Grito do ser que escrevi nesta missiva.

Se a vida



Ai se eu pudesse reformular a geometria da vida,

reformular todos os seus vértices pontiagudos,

tranformá-los em cantos redondos no espaço,

de forma a que não magoassem...

E se eu pudesse formatar o disco da memória,

fazer um reload de tudo o que me deixa feliz,

deixando para trás virús e más aplicações

de forma a não pertubarem...

Como era bom a vida ser um filme em rodagem,

onde ajustávamos actores a nosso belo prazer,

onde o enredo não tinha antes, durante nem depois

de forma a não nos iluderem...

Se a vida fosse mar, terra, fogo e ar. Se fosse vida na vida de todos nós.

Se a vida fosse sorrisos, passeios, namoros e alegrias.

Se a vida fosse jardim de abraços e beijos.

Se a vida fosses tu... Então tudo seria belo.

Delírio




Mais uma noite sem sono, como se fosse isso apenas.

Como se acreditasse nisso mentindo-me a mim.

Mais um efeito maníaco-depressivo das penas

que determinam o meu premeditado fim.



Como se o sono não viesse sem razão aparente,

como se a alma não sonhasse apenas porque não querer.

Como se esta mentira, em mim, me deixasse crente

que a vida é um sonho que se inventa como se quiser.



Não, não consigo acreditar no que sei que não é verdade.

Se a alma insiste, o coração rejeita esta mentira inocente.

O que me tira o sono é intenso, é o que quero como realidade,

é um sonho, um sorriso que faz delirar alegremente.

Em busca de...

Não quero estar aqui.
Já me decidi.

E tu devias vir comigo...
Já viste bem o que nos rodeia?
São todos loucos.
Dizem-se seres pensantes e inteligentes,
Mas sem pensamento pensado.
Olhas à tua volta e o que vês?
Ligas o rádio e a televisão e o que ouves?
Caminhas na rua e o que te apercebes?
É amargo, insípido, cuspido...
Banalizada e insignificante classifica esta orbe
Onde sobrevivemos sufocados
Pelo fumo da falsidade e da hipocrisia,
Vaporizado em cada olhar que te é lançado,
Quando te cruzas com tais seres inteligentes,
Na encruzilhada da tua existência.
Vou embora! Tá decidido.
Para bem melhor. Garantido.
E tu vens comigo...
Vamos por aí à descoberta, desbravando que nem épicos heróis,
E certamente iremos encontrar o sítio.
O lugar! Aquele!!
Não o de opção; Aquele!
Esse mesmo.
Onde seremos reis e soberanos.
Reino de amor onde aprenderemos a arte de viver.
Um lugar onde a eternidade
Não se saboreia em pequenas amostras
E os gestos vêm todos em caixas de chocolate.
Onde no beijo encontras o doce
E no abraço o conforto.

Já me resolvi.
Vens comigo?

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Suplico




Magoa e arde este nó que me aperta.

Que me sufoca a garganta até à loucura.

Que seca o sentimento duma vida deserta,

tão só que terá uma dor lenta e dura.



Aperta e sufoca, mas por dentro é doentio.

Preferia que fosse nó de corda no seu exterior,

que extinguisse o ar que corre no vazio

do meu peito repleto de mágoa e dor.



Poderia apertar e queimar a pele por fora,

podia cortar e soltar essa parte do meu ser.

É dos piores sentimentos o que sinto agora,

por nada ser como a vontade do meu querer.



Podia este nó apagar a luz que existe para mim.

Para mim até poderia o meu sangue parar.

É um suplicío de dor o que sinto neste fim.

É como se o mundo estivesse a desabar.



Por favor imploro, a Deus, e a ti que me ouves avô,

que me tirem deste horrível filme de terror.

Que acabem com o fracasso e a ilusão que sou,

que cortem a minha vida e desta terrível dor.





quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

AMAR-TE






Deixa-me respirar-te, como se fosses o meu ar.
Deixa-te entrar no meu peito, vem-me inundar
Sê em mim sol de inverno, carta de marear,
a minha estrela que guia o meu navegar.


Deixa-me aquecer em teu fervoroso calor.
Deixa em mim aparecer avermelhado rubor,
por dizeres o que te sou, para ti um primor,
Sê em mim,que eu sou em ti, Amor.


Deixa-me sentir o teu delicado e doce cheiro.
Deixa-me gritar bem alto para o mundo inteiro,
que amor é um sentimento nobre e sobranceiro.
Deixa que diga que tu és o único e o meu primeiro.


Deixa-me sentir na tua boca o sabor a morango.
Deixa-me amar-te nessa música, o nosso tango.
Amar-te faz um quadrado ser mais trabalhado, ser losango.
Podes errar que, para mim, não és erro e eu não me zango.


Entrego-me a ti, sou teu, para sempre com vontade.
Sou em ti amor intenso, puro, completo e em verdade.
Amor que é chama que nunca se apagará com a idade.
És o meu sonho que sonhei e quero sonhar para a eternidade.


AMA-TE É ALGO INEXPLICÁVEL, DELICIOSO E FUNDAMENTAL PARA MIM

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Odeio-me




Odeio-me.

Odeio a minha forma de estar

de ser, de pensar.

Odeio a minha forma de parecer,

o meu pessimismo, a minha forma de ver.

Odeio o que fiz, faço e farei,

tudo o que toco dá asneira, parece uma lei.

Odeio o amor que me têm todos os que me amam,

porque não mereço um milésimo do que me dão.

Odeio a minha pressa e a minha imperfeição,

parece que tudo tem de ser rápido mesmo que me digam que não.

Odeio a irrelevância do meu ser, a má notoriedade que me dão,

que aceito e digo sim quando quero dizer não.

Odeio a minha timidez que não pareço ter,

que não é fingida mas se esconde no meu ser.

Odeio o mal que vos faço e o sofrer que vos dou

como se devessem sofrer pelo fracasso que sou.

Odeio o ar que me rodeia e me deixa viver,

a água que me dá vida em vez de me deixar morrer.

Odeio o fogo que em vez de me queimar,

me aquece e em mim deixa o mal reinar.

Odeio ser imperfeito, mas odeio mais não me conseguir emendar,

odeio-me tanto que apesar de muito, acho pouco o meu penar.

Ser Feliz Agora




Ser feliz era poder estar contigo,
ser dono do teu abraço de conforto
Dar e receber um bom abrigo
que acalmasse a dor que não suporto.


Ser feliz era poder voltar a ser teu,
como era antes de teres partido.
Ser feliz era ter tudo o que se perdeu
e ganhar mais do que foi perdido.



Ser feliz era apoiar-te e me apoiar.
Era numa palavra tua poder sorrir.
Era poder sentir-me seguro no teu olhar
Era não ter de te ver partir.


Ser feliz agora é quase impossível,
Talvez um dia possa dizer que o sou.
Sorrir hoje é uma ideia inconcebível
por tudo o que o meu coração já chorou.


Ser feliz agora é uma utopia
é uma triste, amarga, ideia vã.
Trago uma dor maior que merecia
que tem na solidão a sua melhor irmã.

Buraco Negro




Nuvens e nevoeiros fortes e opacos,

que dificultam a minha visão no horizonte,

que tornam o meu ser em cacos

que fazem com que viver me amedronte.



Sopro, com força, como se fosse eu o vento.

Mas por mais que sopre tudo fica pior.

Sinto que tudo em que toco ou tento

o prejuízo fica sempre maior e maior.



É como que num buraco negro, num abismo,

que o fundo afastasse em vez de se aproximar.

Parece tudo uma mentira em sofismo

que não deixa o meu querer amar.



Poderá algum dia ter fim, e o meu corpo chegar ao chão?

Mesmo que morra da queda é melhor que viver a cair.

Será que, nessa altura dorida, ainda me darás a mão

e os meus lábios possam voltar a sorrir?

Sorte




É triste e amargo o sabor que sinto.

Diria que é o sabor insípido da morte.

É mentira, mesmo sabendo que minto

tudo o que me acontece, a minha sorte.



É um estado de estar e não estar.

É um querer ir sem saber onde.

É uma vontade de a abraçar,

sem saber onde ela se esconde.



Mesmo aqui pensando um bocado,

sozinho com a mente longe na lua,

não encontro o que fiz de errado

não encontro uma verdade tua.



É mágoa não ter o que pensava ter,

é como ser vivo e viver morto.

Se pelo menos pudesse um dia ver

que se endireitou o que parece torto.

Mano




Já comecei e recomecei mil vezes este poema,

já, outras tantas, apaguei e voltei a escrever

Tudo porque apesar de ter objectivo e tema,

não encontro forma bonita de o escrever.


Queria algo que te marcasse, como tu a mim.

Algo que fosse bonito como o que redigiste.

Queria algo profundo e tocante no seu fim,

algo que engrandecesse a quem te dirigiste.


Mas não consegui, e decidi escrever a minha indecisão,

o meu estado de ignorância que palavras tão belas deixaram.

Sinto-me pequeno no que escrevo por me amares de coração,

mesmo quando caiem em mim todas as fantasias que me mascaram.


Apesar de não ser bonito como o teu,

é sentido, sincero, verdadeiro e puro.

É uma declaração de amor de Mano,

que quero que guardes para o futuro.




Obrigado pelo que és em tudo... Amo-te


terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Estive contigo


Estive contigo!
Gostei de te rever.
Mais velho, é verdade,
Mas com o mesmo sentido de humor de sempre.

Sabendo-te e conhecendo-te
Vi-te mascarado.
Com máscara invisível é certo, mas não impenetrável.

Conheço-te e sei o que sofres!
Sofro contigo.
Mas fico feliz.
Porquê?
Porque mais uma vez contigo vi o que gosto.
Vi o que amo.
A tua alegria, o teu sentido de vida e de viver.
Sem preocupação, nem medos, nem receios.
Só tu mesmo.
Natural, simples, sincero, garoto, menino...
Grande, sim! Mas menino de coração.

Coração grande!
Onde caibo eu, ele, ela e ela e ele... eles e elas...
Tantos... e tão poucos ao mesmo tempo.

Gostei de te ver!
Transpareceste inconscientemente uma esperança
Que só tu não viste.
Mas eu vi! E sorri!
Muito! Contigo.

Senti-me feliz e descansado sem carga nem fardo
A pesar-me dolorosamente nos ombros.

Ainda posso sorrir. Ainda posso sonhar.
Ainda posso viver.
Contigo a meu lado!
Feliz...

Gostei de estar contigo hoje!!
E quero-o amanhã...

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Acabou...



Não há mais para cantar ou escrever.

Os sonhos terminaram em tristes fados,

A tristeza que cresceu, é dona do meu viver,

e os meus olhos estão para sempre cansados.


Não há mais para dizer ou ser feito.

Tudo terminou sem lágrimas no olhar.

O estado de alma é disforme e imperfeito,

como se tudo não tivesse de acabar.


Não há mais nada que exija este acto,

Perdoe-me quem lê, por deixar de escrever.

Porém, a madrasta vida, não me quer de facto,

e por isso chegou a hora de deixar o meu ser.


Não há mais alma de verdade

Afinal tudo não foi mais que uma ilusão.

Acabou tudo em grande espanto e brutalidade.

Não escreverei mais porque parou o coração.

Tudo tem um Fim




Tudo tem um fim, em mim.

Pelo fracasso que sou, sei que não estou

capaz de viver assim.

Por isso vou, sem saber para onde vou.





Ele são sonhos irreais,

conversas banais.

Melodias inacabadas,

são choros e guitarradas.

São chuvas e ventos,

ventos e tormentos,

São névoas e neblinas,

tristes rapazes e meninas.

É um velório sem defunto,

um chorar só em conjunto.



Ele são pedras frias e gastas,

são caminhos em que arrastas,

A minha alma suja pela lama,

triste de estar só nesta cama.

São vozes na minha cabeça,

que pedem para que esqueça,

e mesmo que o mundo termine,

eu espero que algum dia me ensine,

e que aprenda a ser outro alguém,

que não me olhem com desdém.



Sozinho o grito será mais mudo,

o pesar muito mais sisudo.

Uma lágrima saberá o que vale,

e a minha voz para sempre se cale.

São horas doentias em vão,

Um sim que sempre foi não.

São saudades que o coração alberga,

à espera que o amor forte erga,

uma estátua triste e abandonada,

um doce, suave e triste nada.



Moranguinho




Fruto do amor, puro e sincero

que se escreve em saudade,

que é mais que o que quero,

e que se revela em verdade.



Fruto vermelho e suculento,

de paixão ardente e carinhosa,

sumo nascido em cada momento

que adoça de forma deliciosa.



Fruto vivo que é ser sem o ser,

sonho que floresce ao luar,

amor que acorda ao nascer,

e que cresce a cada beijar.



Fruto com história e caminho,

com futuro feito de verdade,

Fruto que és moranguinho

que adoças com toda a felicidade.

Esgotado




Estou cansado...

Desisto, não aguento mais.

Não tenho força, foi uma vida inglória.

É triste o fim desta história,

mas ilustra o fracasso que sou.

Como tudo e nada mudou.

A tradição já não é o que era,

a vida não espera só desespera.

À noite os sonhos não voam,

de dia os sorrisos não saiem.

As lágrimas chegam para lavar a cara,

a alma, já meia morta, não ajuda.

O relógio da vida nunca pára,

para amarmos mais tempo.

E tudo se torna lento,

tudo se esgota num momento,

tudo fica parado no fim

para todos os que se vão lembrar de mim.



FIM




São fumos que sufocam,

águas que ardem em chamas geladas,

Prazeres que foram tudo e agora são menos que nadas,

pântanos em areias movediças, cínicas e paradas,

São guerras que os Deuses pedem e invocam.



Gelos que queimam em fogos descrentes,

estradas que não levam a lado algum,

amores que a todos amam e amam nenhum,

milhares que gritam mudos em som comum,

São promessas erróneas e indecentes.



E depois...no fim?

No fim não há ar nem água, não há amor,

não há fogo, nem chama e acalma-se a dor,

fica-se hirto, imune a tudo, sem calor.

E depois...depois sofres mais sem mim.







Comprimido da vida




Hoje doeu-me acabeça, uma dor forte e aguda

que me perturba o raciocínio, o pensamento.

Uma dor que me aflige a alma, palavra muda

que me corta, queima e mata neste momento.



Mas, tenho comigo e tomei um comprimido

daqueles para quem está doente e deprimido.

Esse fármaco milagroso que me tira esta dor

sem nunca retirar tudo o que me faz feliz, o amor.



Pensei como era bom haver um medicamento

para a vida, que a tornasse colorida e radiante,

que como luz que se iluminasse em cada filamento

num musical alegre com uma felicidade constante.



Um simples comprimido que levasse todo o mal,

que fizesse os sonhos prevalecerem e vingarem

que tornasse tudo maior, grandioso e imortal,

que tomasse para os meus problemas se apagarem.



Mas o comprimido para a vida não existe,

o mal resiste,

e persiste.

Fantasmas que me assombram a alma,

me tiram a calma,

me têm na palma.

Só a morte, resolve o que dói, o que me mata,

o que me ata,

até que um dia a minha alma voe...

domingo, 6 de janeiro de 2008

Bilhete


Ontem escrevi-te um bilhete.
Um recado, um texto, uma prosa...
Escrevi-te!

Escrevi pois não to consegui dizer.
Agora na tua ausência quiz fazê-lo.
Mas não estavas.

Então escrevi.

Depois guardei o lápis de carvão,
Rasguei a página do meu caderno
E lancei-a ao rio.

Pedi-lhe que te levasse o meu bilhete,
apressando-se,
Por ser urgente a mensagem que levava.

Fiquei a ver. E ele lá foi.
O meu bilhete. Para ti.
Flutuando sobre as águas
Desviando-se dos rochedos e galhos caídos.

Espero que chegue a tempo.
Que não seja tarde demais...

Que não seja tarde demais
Para te dizer que...

sábado, 5 de janeiro de 2008

Se te pudesse ver




Se pelo menos te pudesse ver,

já não peço um beijo,

nem um desejo,

ou um abraço.

Com pouco já me satisfaço

e consigo continuar a viver.



Se pelo menos te pudesse ver,

nem que fosse agora,

num segundo de demora,

poder ver esse teu olhar,

que em sonhos me fará voar

enquanto conseguir viver.



Se pelo menos te pudesse ver,

contrariar as leis mortais,

voar contigo sem asas banais,

ser feliz contigo no mundo,

e poder viver tudo num segundo

enquanto a saudade me deixar viver.



Se pelo menos te pudesse ver,

como faço quando contigo sonho,

como o sol faz com a lua, suponho,

Seria, para mim, uma real utopia

algo que desejo tanto que choraria,

e depois poderia feliz morrer.

Não sabia o que era amar




Antes de ti,

A vida não era a cores,

mentia se dissesse que era a preto.

Até sentia que tinha amores...

Mas um dia senti novo dialecto.

Sentia que não sabia o que era amar.



Antes de ti,

o mar era revolto,

as florestas eram bravias,

o coração andava solto.

para mim os canários eram cotovias,

E eu não sabia o que era amar.



Em ti,

os sonhos são mais doces e gentis,

as verdades mais sinceras e intensas

A felicidade vem sempre que sorris,

O amor é sempre maior do que pensas.

E eu descobri o que era amar.



Em ti,

o mundo pára para nós,

o prazer tem sempre muita fome,

O canto divino tem sempre a tua voz,

o amor, sincero, tem o teu nome.

E eu descobri o que era amar.



Depois de ti,

espero não ter de viver,

o mar invadirá a terra,

o sol não voltará a nascer,

a alma viverá sempre em guerra.

E eu saberei que um dia amei.



Depois de ti,

espero que seja só um pesadelo,

que nunca suceda ou aconteça,

que nunca tenha de vivê-lo,

prefiro que a minha alma pereça,

Mas saberei que um dia amei.



Amar de verdade, que deixe saudade,

logo quando te vais.

é bonito, puro, sincero, intenso e quando o penso

fico a ansiar sempre mais.


Antes de ti não sabia o que era amar.

Estou vivo


É difícil dizer-te adeus vendo-te partir.

É difícil dizer-te olá porque sei que irás embora.

Mas uma coisa também sei...

E essa é que quando contigo estou, estou vivo.


Vivo para ti. Vivo para nós.

Como se nada mais existisse, assim me apresento.

Fazendo-te sorrir. Fazendo-te feliz.


Como chuva de verão que refresca,

Eu me dou a ti em refrigério,

Despido de qualquer sentimento de estar

Em outro qualquer lugar, que não ao teu lado.

Abraçando-te, protegendo-te nos meus braços

Contra tudo e contra todos.


Estás feliz! E eu feliz!

Fazes-me bem. Fazes-me Homem.

Homem capaz, realizado, amado... Feliz!


É difícil dizer-te adeus vendo-te partir

É difícil dizer-te olá porque sei que irás embora.

Mas uma coisa também sei...

E essa é que quando contigo estou, estou vivo.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Sei-te




De olhos fechados percorro sem esforço

o teu corpo que vejo de cor na mente.

Era capaz de te pintar sem modelo, sem esboço

porque em mim estás sempre presente.



Sei e conheço o teu cheiro suave e adocicado,

reconhecer-te-ia mesmo de olhos vendados.

E se misturasses cheiros para baralhar um bocado

reconheceria os teus cheiros, só teus, tão delicados.



Sinto na minha o suave e sedoso toque que tens

da pela mais macia que um corpo pode ter.

E o melhor de ti está no teu ser, não como vens,

porque até é belo em cada chuvoso amanhecer.



Sei-te com cada um dos sentidos que me deram

Sei-te de trás para a frente de baixo para cima

Sei-te, és mais que os Deuses alguma vez quiseram

Sei-te, és maior que qualquer obra-prima.

Fúteis




Quebra-se a alma

numa valsa sem sentido,

num som não ouvido,

num grito oprimido,

num sorriso deprimido.



Rasga-se o pensar,

num doer sem comparação,

num olhar sem compaixão,

num partir sem emoção,

num querer em privação.



Afoga-se o olhar,

num ir sem voltar,

num beijo sem amar,

num andar sem caminhar,

num morrer sem sonhar,



Vive triste o sorrir,

em quem não ama o que passou,

em quem não muda sem pensar que mudou,

em quem não vive sem sentir o que tocou,

em quem perde tempo a pensar se voou.

Sonho do tamanho do universo




Um dia tive um sonho do tamanho do universo,

era tricolor com cor de felicidade, sorrisos e amor,

era cheiroso, cheirava a mar e a sol de inverno,

era quente e não havia o que lhe apagasse o calor,

era um parente, por ele tinha um amor quase paterno.



Um dia tive um sonho do tamanho do universo,

sonhei-o numa doca onde não existia algum cais,

desenhei-o a lápis de carvão por ser mais bonito,

fotografei-o a preto branco, a sépia, e em cores normais,

empurrei-o numa jangada muito para lá do infinito.



Um dia tive um sonho do tamanho do universo,

mas o sonho nunca passou de ser sonhado,

parece que se esgueirou na fresta da imaginação,

nunca foi real será para sempre inacabado,

nunca foi palpável será para sempre uma ilusão.

Lágrimas Frias




Deixa-me limpar-te as lágrimas frias

que escorrem no teu rosto desiludido,

aquelas que criaste enquanto sorrias

por uma ilusão um sonho desmedido.



Senta-te, fecha os olhos, acalma esse fogo

que te arde dentro da alma inquieta

por teres perdido neste viciado jogo

onde se esvaiu rápido a ampulheta.



Toma esta água quente que te acalmará

as chagas que na tua alma teimam em doer.

Chora no meu ombro pelo doce que ficará

no sabor que sabes para sempre irá saber.



E quando o teu sono alcançares, estou aqui

a teu lado, para que os pesadelos não floresçam.

Estarei sempre a teu lado só por e para ti

enquanto no céu sóis brilhantes cresçam.



As feridas da alma e coração são as mais duras de sarar,

São fétidas e invisíveis, com um doer, dorido, só seu

doem como se matassem o seu doce e suave sonhar

como se esse sonho fosse só teu... fosse só meu.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Doce




A tua loucura é saudável e contagiante

é como água para a vida, ar para respirar.

E por longe que esteja o teu feliz semblante

é algo que nunca vou deixar de lembrar.



É assim, como de noite o sol ilumina a lua

numa rotina repetida, fiel e habitual.

Iluminas a minha pobre e vazia rua

e me fazes esquecer o que é rude e banal.



Como se a beleza interior fosse um dom só teu

e o exterior fosse belo como um sonho incomparável.

como se as estrelas que brilham e cintilam no céu

fossem caminho para uma alma inigualável.



Por mais que queira elogiar o teu doce ser,

e rebusque todos os adjectivos no meu baú,

é impossível mostrar o que és para mim, a meu ver,

mostrar ao mundo quão doce realmente, és tu.

Diamante

Foi bom poder dizer que te amo,

a noite pedia-o, a razão exigia,

e pelas lágrimas que derramámos,

disse o que há muito não te dizia.



Foi bom ouvir felicidade do teu lado,

sentir que sentiste o que sentia no momento,

e ainda que estivesses afastado,

senti que foi verdadeiro esse sentimento.



Foi a melhor maneira de começar a terminar

o ano que acabou com doces e amargos.

Foi a melhor alegria que podia ter a começar

o novo ano que irá desencalhar estes embargos.



Chorei, mais por dentro que por fora,

de felicidade por saber que foi sentido.

E ainda que possa pecar pela demora,

foi bom saber que ainda te sou querido.



Espero aqui por ti, e que venhas com verdade.

Que queiras resolver a dois tudo o que nos separa.

Que seja tudo calmo e resolvido com vontade,

Porque o nosso amor será sempre uma jóia rara.