domingo, 9 de dezembro de 2012

Quimera


No ar fica o pó de um futuro que passou,
aquele que sonhei, ou era real, não percebi,
entranha os póros do sorriso que se matou,
fingindo tapar o sol que lá fora se ocultou.
 
E esta alergia crónica, a cada espirro do olhar,
carrega a verdade que naufraga todo os dias,
e não me deixa ver, lá fora, o silencioso luar,
aquele que um dia ouviu o que tu prometias.
 
Em cada manhã, um acordar, uma nova esprança.
Um querer imortal, ressuscitado à base de sorrisos,
uma vida nova como se voltasse a ser criança,
com milhares de ilusões e querer tão imprecisos.
 
Mas a tarde, vem, sempre cansada, consumindo,
cada réstia de energia que em cada soriso se gera,
e de dia para dia, sinto que a vida se vai sumindo,
e que o meu querer, o meu sonho, é uma quimera.






quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Medo


 
 
 
 
 
 
 







Abri, cedo as janelas da minha alma,
Baixei dos sonhos que me protegem no escuro,
Cansado de acordar sempre no mesmo lugar,
Dúvido que estar vivo possa ser assim tão duro.
 
Estranha forma de sentir, este não sei o quê,
Fugazes sensações de segurança, puras ilusões,
Guardas nocturnos que me abandonam ao amanhecer,
Hoje, ontem, amanhã sempre sem explicações...
 
Invento, em mim, razões para ter este sentimento,
Julgo até saber, mas guardo-o para mim em segredo
Lá, onde nem os anjos chegam resides tu, só tu,
MEDO... Puro, fragilizante e doloroso MEDO.
 
Nunca antes, tinha ouvido falar de algo assim,
Oposto ao que sempre tinha sentido até aqui chegar,
Poderei algum dia voltar atrás, a um futuro passado,
Quando era sorriso, felicidade em cada longo abraçar.
 
Rio-me de mim, pobre coitado, insano que sou,
Será saudade, será apenas uma vontade indomável,
Talvez seja verdade, ou mentira, ou invenção,
Uma estranha forma de ser, uma nódoa não lavável.
 
Vivo assim, rezando aceitar o que sinto ou sentir diferente,
Xenofobia deste sentimento estrangeiro que me ataca cedo,
Zonzo sinto cada segundo do dia passar, afrontando por ti,
MEDO.... Puro, fragilizante e doloroso MEDO.

Serás Sempre Sonho


Serenamente... Sigo sonhando, solitário.
Saúdo-te... Sucessivamente.. secrectamente .
Saboreio... Sorrisos sinceros, seres santificados.
Sacrifíco... Segundos sagrados, sussurando silenciosamente.
Sacralizo... Semblantes, sonhando-os, sabendo-os sem sentir.
Sorrio... Sem sagacidade, saboreando sonhos sonhados.
Salvo-me... sacralizando, suaves sentimentos sentidos... segredados.
Salgados sabores, saiem-me, salivando sentindos, sorridos, sofridos, sabem serenar-me.
Sinceramente, sei-te sonho, sorrindo sincera, sorrisos safados.
Sorrindo... Sigo, sem saber sequer, se será saudade.
Sonhando-te... sorrio...sempre silenciosamente... sabendo-te... Sonho sempre serás.


sábado, 1 de dezembro de 2012

Quero que sejas feliz


Ontem, cairam duas ou três, talvez mais,
lágrimas tímidas e confusas deste olhar,
doces sentimentos, saudade e felicidade,
um misto de sentimentos fundamentais,
um sonho, que vivo, um doce puro amar,
um querer-te feliz que é pura verdade.
 
Fecho os olhos, e sinto na ponta dos dedos,
longe, mas tão perto que te sinto o calor,
a suavidade da tua pele, a doçura do teu ser,
a voz doce que me acalma todos os medos,
a tua amizade que para mim é puro amor,
que calado, de longe, vou para sempre viver.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Chuva Sorridente

Fez-se luz, na escuridão da minha alma,
não foi preciso um coração, nem um sorriso,
bastou mudar-me para conseguir a calma,
que anseio, amo e na verdade preciso.
 
Basto um sorriso irónico a cada adversidade,
sentir chuva o brilhar do sol no topo do mundo,
querer ser feliz, ser humano em total cuplicidade,
e não desistir ou desanimar em qualquer segundo.
 
Basta abrir a mão e deixar cair o vidro que nos corta,
cortar a sufocante amarra que trazemos ao pescoço,
puxar e sentir sempre a vida numa natureza morta,
fazer de um sorriso sincero o nosso pequeno almoço.
 
Tenta, tu também consegues, experimenta por um dia,
se o sonho não te bate à porta, constrói a tua porta,
aceita ser feliz, tudo o que te dão e que a vida te sorria,
porque a estrada leva-te sempre algures mesmo que seja torta.
 
Hoje chove, sim eu sei, e ainda assim eu sorrio,
porque estou vivo e amo tanto o meu puro eu,
porque só eu sou a corrente do meu próprio rio,
o destino sou eu que o faço, porque o futuro é meu.

domingo, 21 de outubro de 2012

Conforto de realizar um sonho

Talvez não tenha habilidade suficiente,
para desenhar com letras as emoções,
tudo aquilo que nos explode na mente
sai pelos olhos não cabe nos corações.
 
Um singelo gesto, um sim, um fugaz sorriso,
um simples realizar de um sonho tão pequeno,
coisas tão nada na nossa vida que nos é preciso,
aprender que nada em nós tem de ser veneno.
 
Um dia consegui realizar um sonho, a uma criança,
não precisei de muito, apenas dei um pouco de mim,
mas esse nada, para ela era tanto, era uma esperança,
que a sua vida invertesse e não tivesse de ter fim.
 
Chorei, sim os homens, na verdade, também choram,
e sem acreditar pedi tanto aos céus uma oportunidade,
fiz promessas sem querer saber sequer como se cobram,
dei de mim, para ele, para que pudesse sentir a felicidade.
 
Foi bom demais sentir o doce e delicado perfume do seu sorriso,
o sabor daquele abraço embrulhado num olhar em lágrimas lavado.
Hoje sou eu que peço um gesto, uma palavra, um nada que preciso,
para me reconfortar, acalmar, e poder dormir uma noite descansado
 
 
 
 
 
A Terra dos Sonhos é uma Organização de Solidariedade Portuguesa, sem fins lucrativos, fundada no dia 1 de Junho de 2007, Dia Mundial da Criança. Em termos jurídicos, a Associação Terra dos Sonhos é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), sob a forma de Associação de Solidariedade Social com fim de acção social.
A principal actividade da Terra dos Sonhos consiste na realização dos sonhos de crianças e jovens diagnosticados com doenças crónicas e/ou em estado avançado de doença, crianças e jovens carenciadas e idosos, como forma de transmitir uma mensagem de esperança na possibilidade de realização dos seus objectivos mais inspiradores, independentemente de circunstâncias, condicionamentos e limitações. A superação da impossibilidade através da criação da possibilidade é o resultado final pretendido.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Insónia

Deserto, um verdadeiro deserto,
sem vida, só uma visão lunar,
onde nada parece ficar perto,
onde sonho um dia ver o mar.
 
Perco-me no cheiro de um sorriso,
alucino o doce sabor de um abraço,
dormir é apenas tudo o que preciso,
dar um funeral a este imenso cansaço.
 
Na orla da memório uma só imagem,
um gesto fugaz perpetuado no infinito,
querer efémero de prestar vassalagem,
um sonhar que o mundo é lugar bonito.
 
Confesso, de joelhos prostrado no chão,
tiraram-me o sorriso, ser feliz e o viver,
tudo nunca passou de uma triste ilusão,
queria tudo menos o que está a acontecer.
 
Vivo na insónia ou em pesadelos atrozes,
a tormenta é tanta que me chego a habituar,
tenho em mim os fantasmas mais ferozes,
trago no peito algo que insiste em me rasgar.
 
Misturo-me nas cores do fumo que expiro,
em cigarros chorosos que se prendem a mim.
Bastava uma palavra ou então um só tiro,
algo que me levasse a um qualquer fim.


domingo, 14 de outubro de 2012

Mereces demais ser feliz

Sabes olhando para trás, os meus lábios sorriem,
inundado e perdido, o meu olhar ainda enternece,
sonhos perdidos apenas para que as almas aliviem,
o amor não morre e alguém como tu não se esquece.
 
È um sabor agri-doce, que passa-me pelo pensamento,
uma lagrima de felicidade e dor que atravessa o olhar,
um suspiro de incerteza e bem querer, um sentimento,
um bem querer, de amigo sincero, um singelo amar.
 
Sabes, na verdade, é uma ternura e felicidade que sinto,
quero muito que tenhas a felicidade que te é merecida,
queria ser eu, sim é a mais pura verdade, não te minto,
porque és a pessoa mais fantástica que tive na minha vida.
 
Mas hoje, sei o que sou e como serei eternamente,
Quero ser o teu melhor amigo em cada segundo,
alguém que confies e que te dê felicidade ternamente,
alguém que faça parte desse teu maravilhoso mundo.
 
O meu desejo é que Ele te faça sentir Deusa neste mundo,
que te sintas sempre amada, desejada, querida e protegida,
que te dê um amor eterno, doce, cumplice e profundo,
e que seja para ti o Homem e a Felicidade de toda a vida.
 
Tu mereces demais ser feliz!!!!
 
Para ti Arco-íris...

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Infinita Saudade

O tempo escorre pelas paredes do corpo,
gota que não resiste à força da gravidade,
e o fatídico momento que tornou tudo torto,
parece ser ontem mas dói porque é eternidade.
 
Dos teus lábios, sábios,vinha a pergunta açucarada,
"Quem tem um menino lindo?", sorrindo no olhar,
"È o avô!" gritava como o mundo fosse quase nada,
olhava-te feliz pela verdade que de estava a afirmar.
 
Eu era teu, tu meu, eramos o mundo, o tudo e o nada,
luz no escuro, porto de abrigo, resguardo, estrela guia,
uma doce querida possessividade por nós aceitada,
eramos um ano por inteiro em apenas um só dia.
 
Cada Carnaval, cada passeio ou queima das fitas,
era uma felicidade enorme ver-te feliz a viver.
Ouvir o teu passado, essas imensas horas aflitas,
que contavas sorrindo, porque soubeste sofrer.
 
È tão enorme, imensa e colossal esta tua falta,
avassala-me a alma inquieta por tanta maldade,
esta infinita dor grita sempre de forma mais alta,
por te querer tanto torna-se infinita esta saudade.

domingo, 7 de outubro de 2012

Alma em combate

O vento corta a alma quase morta,
o mar, em vagas cruéis, dilacera,
parte a pedra basilar que nos exorta,
o sol, essem tornou-se uma quimera.
 
A espada que corta o fumo do pensamento,
fina e aguçada, fere com as suas garras,
um corpo exausto em enorme sofrimento,
preso ao inferno por inquebráveis amarras.
 
No chão, imóvel, morre a utopia de um sonho,
soltam-se mordazes fantasmas maquiavélicos,
arrepia-se o pesadelo mais funesto e medonho,
ensaiam-se novas estratégias e recursos bélicos.
 
A luz, essa já se apagou, qual fraca chama extinta,
invocam-se deuses maliciosos do ódio e da guerra,
e certos de irmos perder tudo o que de bom se sinta,
jamais quereremos viver com gente assim nesta terra.
 
Eu, pobre soldado raso, numa guerra desconhecida,
choro por dentro enquanto ataco o inimigo aparente,
suplico silencioso que por sorte, um azar leve a vida,
e que a mágoa, dor e sofrimento partam no sol poente.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Bola de Sabão

São de espinhos as palavras que se sopram,
lufadas de nada tão vazio como o sentimento,
bolas de sabão, por fora lindas que encantam,
por dentro muito vazias sem qualquer alento.
 
Ondas de choque pelo rebentamento inesperado,
que chegam em vagas destruindo tudo à passagem,
não se vê, nem sente é um crime silencioso e calado,
é o quebrar da ponte que ligava o céu a outra margem.
 
Não há anjo neste inferno que mude o destino,
não há sol, luz que ilumine o caminhar solitário,
e se o maior desejo era voltar a ser pequenino,
jamais se consegue rezando infinitamente o rosário.
 
Sabias tu, bola de sabão de ar divinal e superior,
que no teu sopro trazias a vida a este pobre mortal.
no teu brilho, isngelo e frágil trazias um amor,
que fantasiava não ter fim feliz, por não crer haver final.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Tão frio este calor


Toco o teu rosto, quieto, imóvel e insensível,
toco e retoco cada milímetro da tua silhueta,
aclaro, escureço, recomeço, reponho o nível,
coloco cor mas a foto fica sempre branca e preta.
 
Vou trabalhando a minha obra prima, com amor,
com lágrimas tempero o cozinhado nesta tela,
mais luz, para te iluminar a beleza, mais calor,
com saudade tento embelezar a mulher mais bela.
 
Passo horas, fazendo e refazendo tudo ao pormenor,
fico mais perto de ti, que me afastas a cada segundo,
porque a saudade, a dor e mágoa também são amor,
porque seria tão fácil fazer brilhar o sol no meu mundo.
 
No brilho do teu olho vejo a luz de velas numa noite perfeita,
pelo canto do teu sorriso, vejo sonhos que demos com amor,
no teu cabelo rebelde, vejo um abraço único que se rejeita,
no teu corpo, vejo a saudade de ti. É tão frio este teu calor.
 
Fico assim, toda a vida, solitário a pensar que irás chegar,
subir as escadas, ao meu encontro, com querer e vontade
imagino o som da campaínha, fantasio um novo abraçar,
quero tanto e sei que este acontecer jamais será verdade.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Estranho mundo de afectos

Estranho mundo este em que se existe,
tira quando quer dar e omite para dizer,
abstem-se e baixa os braços quando resiste,
deduz uma verdade, sem ouvir nem ver.
 
Em cada nó que damos neste mundo,
desatamos o laço que une e dá vida,
e se o dizemos ligado, forte e profundo,
logo chega o personagem que duvida.
 
Neste astro, onde estamos teletransportados,
sem porta para sair porque as fecham com vigor,
somos mágoa sem perceber que fomos amados,
choramos a desilusão sem perceber o que é o amor.
 
Parem o mundo que eu quero sair, esperava ouvir,
esotu aqui de peito aberto e quero ser para ti poema,
vamos correr, voar, sonhar, dar vida sempre a sorrir,
vamos neste filme recomeçar uma nova cena.
 
A vida é só e apenas o que acontece,
e onde magoamos quem nos quer bem.
A vida é tudo o que a nossa alma tece,
é sermos de todos, do amor, e de ninguém.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Amora Silvestre

Que belo jardim que encontrei, e me pediu que trate,
que lhe faça crescer flores e  que venham borboletas,
que o trabalhe, ajude e o proteja de todo o disparate,
e quando estiver pronto o inaugure ao som de cornetas.

Assim vou fazer, vou encontrar as melhores sementes,
e escolher delicados frutos silvestres, apenas os mais doces,
vou cuidá-lo, embelezá-lo e vedá-lo com postes e correntes
e ensair a musica mais suave que na alma esboces.

Hoje vou plantar uma amora, das mais doces que vi,
vou regá-la todos os dias, podá-a e cuidar bem dela,
porque é o doce que de tão doce se aproxima de ti,
um dia alguém pintará este jardim numa enorme tela.

A amora, plantada, foi crescendo do nada e criou raizes,
em breve vieram folhas ásperas e caules que espinhosos,
e esqueci que nunca sabemos tudo, somos apenas aprendizes,
muitas vezes somos maus e pensamos estar a ser carinhosos.

Um enorme silva cresceu, e invadiu o meu belo jardim,
inconsciente e pensando que fazia o bem criei o mal,
descomunal é esta dor, que nunca me perdoará a mim,
eu tentei fazer o bem, mas o jardim só viu o erro afinal.

domingo, 23 de setembro de 2012

Falando com a Arco-íris

Já reparaste arco-íris, os Deuses voltaram a chorar,
é a verdade, ainda que seja por motivos diferentes,
e se o seu poder não permite fazer alguém mudar,
choram magoados, presos a fortes e pesadas correntes.
 
È irónico, no mínimo, que a altura do ano que adoro,
seja, invariávelmente, a que profundamente me magoa.
Tu sabes que não nasci para ser feliz e por isso choro,
sonhos em cacho que a vida friamente desbagoa.
 
Não achas curioso, que tudo o que mais me faz feliz,
por mais que dê e pense que estou a fazer o melhor,
me magoe e me deixe sempre da forma que nunca quis,
sem compreensão, sem preocupação deixando a dor?
 
Sabes arco-íris, falo contigo porque me ouves afinal,
Tu sabes como tenho esclado esta íngreme montanha
só Tu sabes como já me faltam as forças e me sinto mal,
e como até o ar, na minha alma, já me fere e arranha.
 
Perdoa se um dia desistir porque já não consiga suportar,
chega um dia que a cabeça pede mais um esforço final,
mas o corpo já não resiste, desiste e acaba por naufragar,
e a peça termina quando o bem se deixa vencer pelo mal.
Porque a vida é uma peça de teatro sem ensaios finais,
tantos actos conto, esta caminhada parece não terminar mais.

Não saber o que é amar

 
Onde e como escondes os sonhos e desejos que tinhas,
como consegues destruí-los ou abandoná-los sem dor,
seria apenas a minha insanidade a julgar que vinhas,
seria só a ansiedade de te sentir num verdadeiro amor.
 
Ponho tudo em causa, incrédulo por nunca ter duvidado,
que existia algo mágico e único que corria dentros de nós,
terá sido apenas a minha alma neste barco naufragado,
terei eu imaginado que a toda esta beleza um dia deste voz.
 
É doentio, eu não o posso ter fantasiado tanto, não pode ser tão real.
Sendo assim, afinal, porque tão efémera e fugazmente se dissolveu?
Turva a visão este nevoeiro ou fumo, nem sei, por não ser normal,
e talvez te julgas superior e magoada por alguém que muito sofreu.
 
E no fundo, tudo tinha sido ou poderia ser tão simples e natural,
bastava que acreditasses que nunca te deixaria cair e te apoiava,
porque acreditava no que dizias sentir eque nunca tinha sido igual.
Bastava crer que podia até ter opiniões diferentes mas no fundo te amava.
 
Talvez seja demasiado tarde para tudo, talvez a madrugada me adormeça,
talvez nada tenha valido a pena ou afinal eu esteja uma vez mais a fantasiar,
eu só queria aprender como o fazes para tentar que um dia me esqueça,
que afinal acabou estupidamente porque um de nós não sabia o que era amar.

Chuva da madrugada

A aurora, hoje, trouxe de novo a chuva pela madrugada,
que pena esta água não apagar o fogo que me consome,
a vida, sopro suave e frágil por entre a visão molhada,
resiste à solidão, injustiça, ausência e saudade como pode.
 
Por entre palavras ditas por quem mais sabe escrever,
vagueiam pensamentos e imagens que me fazem chorar,
e se não fosse pela música que entra por mim a doer,
talvez fosse a hora de desistir, partir sem mais voltar.
 
Leio, releio e tento ver nas palavras por ti um dia escritas,
uma verdade salvadora que do chão teima nunca se erguer,
e se as gotas de água que caiem no meu chão até bonitas,
as que caiem no chão da alma rasgam e fazem sofrer.
 
É tremenda injustiça julgarem sem me conhecer de verdade,
sem perguntar se o que quero é mesmo o que sentenciam,
e avassalador desistirem quando andaram na mesma cidade,
dói demais pensar que se ajuda e afinal os fantasmas apareciam.
 
E se vissem que também tenho fantasmas no chão da minha alma,
acordados tão mais cedo que os que um dia, sem querer, acordei,
se criassem em si aquela ansiada, tão desejada e exigida calma,
e em silêncio pensassem se calhar dói-me porque também magoei.

sábado, 22 de setembro de 2012

Alucinação ou realidade

 
 
O corpo dormente de tantas batalhas fustigado,
alimenta, a custo, a alma que atravessa o deserto.
Injustiça imensa, que se torna colossal pecado,
que se mostra longe quando deseja estar tão perto.
 
A cama, essa pobre abandonada, chora solitária,
por tantas noite de desprezo que o corpo tem dado.
A vida, objecto estranho de tez frágil e precária,
lamenta o pensamento vazio e o olhar naufragado.
 
Poderá ser finalmente um prenúncio de morte,
o caminho árduo e sinuoso para a eternidade?
Ou será só mais um capítulo da infeliz sorte,
uma malvadez dos Deuses em cumplicidade?
 
Na penumbra, surge um anjo qual miragem,
uma ténue silhueta, real mas pela vista turvada.
Num momento cai a máscara e a camuflagem,
num abraço, a dor fica apenas um pequeno nada.
 
Junta os pedaços espalhados pelo chão, salvando,
a separação definitiva de matéria e abstracto.
Deixa os lábios, olhos, voz e pensar fermentando,
porque como ser divino pretende mais um acto.


Tu não gostas que te identifique, mas obrigado por seres a pessoa mais maravilhosa que o universo alguma vez pôde criar. Obrigado por esxistires e apenas com uma palavra conseguires o que tantos se esforçam sem sucesso por fazer. Obrigado porque és uma amiga de verdade. Obrigado, é tão pouco para te oferecer mas é tudo o que tenho.





sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Está escrito nas estrelas

Enchemos o peito de ar, sentimos a vida em nós
percorremos todo um mundo num simples segundo,
um olhar brilhante ilumina-nos e faz-nos vibrar a voz,
e sonhamos acordados em até em sonos profundos.
 
Pudesse eu guardar isto que chamam de felicidade,
pudesse fechá-la eu, a sete chaves no meu coração ,
só para que deixasse de ser tão efémera em mim,
só para não sofrer dolorosamente pela sua privação.
 
Há quem veja entrar em mim tal sentimento,
acompanhado de um sorriso sempre oferecido,
mas invariávelmente chega aquele momento,
que me leva ao chão e me me deixa deprimido.
 
E todas as vezes levam de mim um pedaço de vida,
mais um pouco do que sonhei, dei, senti  e sorri.
E por menor que seja a dor deixa sermpre a ferida,
a mágoa e a saudade de uma ausência nunca querida.
 
Está escrito nas estrelas e apagá-lo é uma utopia,
e digo isto de olhos molhados prostados no chão,
há imenso tempo que a lei somente m dizia,
"Há quem nasça para ser feliz, mas tu não".
 
Obrigado Sonia pela inspiração e por toda a ajuda que tens dado.


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Dava a vida por um segundo



Injustiça, essa palavra que agora me fere e mata,
aliada a uma extrema incompreensão para comigo,
um nó tão apertado na garganta que não se desata,
uma dor impossível de passar com qualquer amigo.
 
As lágrimas incessantemente, afogam-me a alma,
o pensamento não foge, arde, arranha e arrepia,
o silêncio já não me dá o sorriso e a minha calma,
vejo felicidade doce quando ela simplesmente sorria.
 
Um dia morri, por dois segundos e tornei-me ansioso,
porque agora estamos vivos e agora já podemos não estar,
também por isso neste momento sofro calado e choroso,
e cresce a dor porque não soube o meu sentimento mostrar.
 
Dava o meu olhar por uma conversa calma, adulta e civilizada,
dava as minhas pernas para que me ouvisse e falasse por fim,
dava o meu coração para que se soubesse colossalmente amada,
Dava a minha vida para que, por um segundo, se abraçasse a mim.

sábado, 25 de agosto de 2012

Muda tudo num segundo...

Brisa leve, forte tempestade, muda tudo num segundo,
como se naquele preciso momento tudo se conjugasse,
num alinhamento milimétricamente preciso e profundo,
os mais enormes desejos, sonhos e vontades afogasse.
 
Montanha Russa, turbilhão imparável na vida inquieta,
ora devagar em esforço, ou em plano calmo e agravável,
de repente desce numa velocidade furiosa até à meta,
onde não sabemos se teremos, ou não, um sorriso afável.
 
Roleta Russa, em que nem sabemos quantos balas jogam,
em que o simples tilintar de cada linguete nos amedronta,
e quando premir, assustado, o gatilho à  sorte se lançam,
a vida e o medo sem saber se vence quem se confronta.
 
Será pedir muito apenas um segundo de paz e calma,
Uma mão de anjo que limpe estas lágrimas em mim,
Um segundo de relaxamento e paragem na minha alma,
Um qualquer segundo que me trago por favor o Fim?

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Para ti...





Anda comigo, vamos ser felizes. Imploro aos Deuses a sonhar contigo.
Nada como tu me faz sorrir, ser feliz, nem mesmo qualquer um amigo.
Ama-me como só tu sabes, meu sonho, minha vida meu único abrigo.

Cresce em mim uma vontade de ser feliz, fazendo-te feliz.
Urge a hora de podermos ser um e sorrir toda a nossa vida em comum.
Rasgar passados, planear futuros felizes a dois, como sempre quis.
Tornar a viver o que um dia sentimos quando queríamos ser apenas um.
Onda de amor que invadiste a minha vida e que jamais quero largar.


Para ti.

Máscara



É chegada a hora de levantar a máscara, sorridente,
a porta fecha-se atrás de ti, aqui já ninguém te vê...
Podes agora explodir e deixar-te cair lentamente,
Calma que aqui neste canto ninguém sequer te lê.

Em cada lágrima que deixas fluir do teu incrédulo olhar,
vejo um mar de mágoas a rebentar no areal da tua alma.
E tarda que venha a ti a baixa-mar num ansiado abraçar,
que reponha o teu mundo, o teu sorriso e a tua calma.

Desabafas comigo, em gritos mudos reclamas o que dói,
deixas-me a pensar quanto tempo e mágoas aguentas mais,
insistes em deixar-te em ti tudo quanto dilacera e mói,
e assumes tudo como dores e fases passageiras e normais.

Chega de dor, chega de quereres o pior para ti... Grita.
Rebenta a corrente que em ti te oprime, sufoca e limita,
Erras muito mas não mereces tanta rejeição e mentira,
Sê feliz ainda que tudo comece por um sentimento de ira.

Tu sabes o quanto és e o que vales, só tu podes acreditar.
Só tu tens direito de te magoar não permitas que o façam.
Relaxa agora que tiraste a máscara, e podes enfim chorar,
Deixa que venham os anjos e sonhos que felizes te abraçam.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Uma noite...


E a noite,s erena e  dolorosa vai chegando,
enquanto a tarde sem pressa vai caindo,
arrefece lentamente matéria desmaiando,
enquanto o sufoco vai aos poucos emergindo. 

Entre quatro paredes, e umas poucas portas,
por entre sonhos solúveis e lágrimas de dor,
resta a alma perdida, resto de matéria morta,
cansada de sentir, triste e descrente no amor.

As horas voam alto para quem quer ser feliz,
e demoram muito a passar para quem espera.
Estranho esta forma como o tempo se rediz,
oculto em mim fechada mais uma quimera.

E a noite avança, com a sua foice dilacerante,
com o seu silêncio solitário, amargo e frio,
com emoção tristemente molhada e galopante,
transformando o olhar num largo e imenso rio.

Por fim, tudo termina, longe do dia começar.
O corpo desiste mas a alma acaba por renegar,
em separação absoluta o corpo há-de acordar,
mas a alma, essa chora dia e noite, por querer sonhar.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Ès a matéria de que são feitos os sonhos




É quente e açucarada a brisa que sai dos teus lábios
quando em sussurros dizes em palavras este amor.
Fazes magias sem saber com gestos suaves e sábios,
trazes de voltar um sorrir enorme e sonhador.

Quando os olhos precisam de ver a tua presença,
quando a mão anseia tocar a tua pele de veludo,
tu sabes como guiar a minha alma, dando licença
aos meus pés que voem neste mundo sobre tudo.

O tua alma é muito mais que um tesouro precioso.
Um sorriso teu faz parar todos os males enfadonhos.
O teu olhar é estrela, doce de um ser maravilhoso.
Porque tu és a matéria mais nobre de que são feitos os sonhos.

Para ti Ana...  

Tanto, muito, tão pouco e imenso que é só amor



Esta falta imensa que me leva a escrever,
forma de gritar calado o nó que me sufoca.
Sentimento imenso e único este querer,
que com lágrimas de dor a visão me desfoca.

É saudade, é mágoa de querer muito e não ter,
é turbilhao de emoções que se exprimem em dor.
Se por um segundo o mundo parasse para poder ver,
o tanto, muito, tão pouco e imenso que é tao só amor.

Queria a lâmpada de Aladino e chamar a mim o génio,
ter para te oferecer dois dos três desejos concedidos.
Que fosses a mulher mais feliz no próximo milénio,
que todas as tuas dores e pesadelos ficassem esquecidos.

Para mim, guardava um desejo. Um apenas me chega,
Queria ser e fazer-te feliz. Esse sorisso faz-me sonhar.
Sim é contigo que quero ter o sonho que me aconchega,
é contigo que quero ter futuro e aprender a voar...

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O meu próprio chão



Uma e outra vez, e ainda outra vez mais,
só o silêncio se conserva neste deserto,
nunca há maré que me leve deste cais,
nunca para mim o longe se torna perto.

É neste chão que foge permanentemente,
que me sento, sinto e refugio da solidão
de olhos fechados, inundados, descrente,
a ouvir o tumultuoso bater do coração.

Dizem que a vida é dura para quem é mole,
mas sou a confirmação da lei contrariando-a,
quando vôo as minhas asas agitam o fole,
que consome a minha felicidade matando-a.

E assim sigo, o longo caminho que a vida é,
sorrindo, ou aceitando o meu choro perdido,
uma vez ao cólo outras pelo meu próprio pé,
mas consciente que nada  mais faz sentido.

Quanto mais te procuro mais me perco em mim,
quero te agarrar mas largas-me sempre a mão,
tantas vezes que te peço mas parece não haver fim,
e eu que queria apenas ter o meu próprio chão...

terça-feira, 3 de julho de 2012

Malmequer



Frágeis pétalas amarelas, pelo sol doiradas,
finos pedaços de vida quase que inertes,
pequenos colossos que são quase nadas,
sonhos meus imortais por mais que apertes.

A cada pétala que retiro numa crescente emoção,
vou simulando sorrisos e lágrimas esperando o fim,
umas vezes sim, outras tantas vezes apenas não,
uma alma que espera e desespera alojada em mim.

As frágeis pétalas, que o vento primaveril sacode,
esvoaçam dos meus dedos como penas no ar,
e num grito silencioso aguardo a alma que me acode,
quando o chão me foge e, sem asas, não sei voar.

Em palco antes do pano cair e se fechar,
dizem os livros, devemos dar a moral,
E se podemos aprender até mesmo a voar,
nunca saberemos suportar a dor do mal.

Mas desta vez, talvez apenas desta vez,
ao se nome a última pétala contrariou,
e entreguei-me sem dúvidas e porquês,
um dia o homem tem de ser o que sonhou.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

My Latin Soul: verbo...ser

My Latin Soul: verbo...ser: Exige! Pergunta! Reclama! Fala! Provoca! Mexe! Vai! Sente Voa! Procura! Ama! Desesperadamente... * Só assim sei ser

Simples, Conciso e Concreto :) Adorei

My Latin Soul: verbo...ser

Simplesmente único... Simples, conciso e concreto :) Adorei.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

A vida é um lugar estranho



Existe uma nuvem onde fizeste a tua casa,
onde o sol chega, mas gelado como brasa,
deserto de alma sem ter qualquer cor nos sonhos,
e onde os pensamentos são fugazes sons medonhos,
o silêncio grita mudo em ti, o mundo, ensurdece,
por uma inqualificável razão que teus lábios emudece.
Nuvem negra que se aclara onde teus passos tocam,
anjo sem asas no paraíso onde os deuses te invocam,
dorme em paz o sonho que trazes só em ti plantado,
jaz-me no peito o desejo que impões mantenha calado.
Um dia vou ter asas de papel e voarei até esse castelo,
e se me beijares, prometo, não hverá dia mais belo.
Até lá... Solitáriamente...Recolho-me no meu canto taciturno,
pensando na, em ti... vida... e nas horas em que não durmo.
Procuro respostas para as mais elementares questões existentes,
sem sucesso, de forma contínua até ficar com ideias dormentes.
A que sabe um teu sorriso?
De que cor é uma tua Lágrima?
A que sabe esse teu doce perfume?
Qual a força de um beijo teu?
Quantos anos dá um abraço teu?
A vida... É um lugar estranho.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Confusão do amanhecer


Jaz a noite serenamente no acordar da madrugada,
os naufragos da solidão que sobreviveram impunes
e confusos a mais uma dolorosa e violenta caminhada,
sorrirem e choram juntando as imagens que desunes.

Pobres olhos que miram o vazio amendrontados,
Indecisos em sorrir por mais um dia a levantar,
ou chorar por todos os sonhos efémeros derrotados,
numa luta sem quaisquer vitórias para vanglorizar.

Na alma, uma prece aparece renovada insistentemente,
um querer tão forte quanto a fragilidade de um sonho,
uma verdade que se anseia ser traduzida a toda a gente,
uma imagem transformada em pesadelo medonho.

No corpo inerte corre o sangue que teima em não parar,
bombeado por ti que és culpado desta existência infeliz.
A alma insana com desejo de sentir o que se sente ao amar,
grita silenciosamente palavras deliceradoras que nunca diz.

É imensa, avassaladora, crónica, eterna e mortal,
a mágoa que sufoca sob esta máscara que sorri,
se o fumo dos tempos não dissolve a imagem fatal,
nunca conseguirei deixar de sofrer por tudo o que sofri.

E a noite... Jaz... Serena... Sorrindo...
Foi um dia que acabou... É um dia a começar...
E o passado que não me deixou diz mentindo,
Está na hora de viver... Começa por te levantar.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Se te perco, nunca me encontro


Eu queria que hoje pudesse ser dia
de sorrir ou nem que fosse só sentir.
Mudar as luzes com que tu seduzes
e esse perfume que me leva ao ciúme.
Eu gostava do sorriso que me levava
ao céu quando te tirava esse suave véu,
quando a manhã era vista do teu divã,
e o mundo tinha um sentido profundo.
Estou a sonhar que um dia me vais amar,
e faço deste sorriso tudo o que preciso
para viver, sózinho, sem lutar, sem sofrer,
até o sol raiar e aos teus olhos eu me entregar.

Porque se te perco eu nunca me encontro...




domingo, 26 de fevereiro de 2012

Sabias...


Sabias...
Pode haver mais sede que no deserto,
mais solidão do que na lua,
mas espaço do que esta rua,
mais calor quando estás por perto.
Pode haver mais kilómetros que esta estrada,
mais frio que na serrada mais fria,
um novo fechar quando se abria,
um tudo que é um quase nada.
Sabias...
Pode haver uma escrita de luz,
um simples desejo em um gesto,
uma vontade em cada manifesto,
um perfume doce que te seduz.
Pode haver um soneto feito em prosa,
uma cor que te deixe mudo,
um quase nada que é mais que tudo,
um novo nome para esta rosa.
Sabias..
Se me fizesses viver, também poderias viver,
Se me fizesses sorrir, por certo sorririas também,
Se me fizesses ser pai, tu serias a melhor mãe,
Se me fizesses feliz, bastava-te um só querer.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Desabafo solitário


Quando o nó aperta e os olhos se inundam,
cai-se por terra enfim cansado, de desalento.
Os olhos sufocados de dores que não acabam,
anseia-se que venha a luz que se faça momento.
E se são essas feridas que te ferem e te matam,
fecha os olhos e muda para preto deixa o cinzento.

Se o sono acalma a mágoa, porque não dormes?
Se a música anima, porque não danças?
Se o sorriso ilumina o caminho, porque não corres?
Se a correr chegas mais depressa, porque te cansas?

É sina que se repete e sucedede incessantemente,
qual maré agitada que vai e volta sem mais parar.
Acordas e vestes a máscara, qual actor que mente,
impões o escudo qual gladiador ferido para lutar.
Sobra-te a alma fraca, ferida, cansada e dormente,
o coração que já não bate parou de cicratizar.

Se partir é solução, porque não vais mesmo agora?
Se no fim tudo recomeça, porque não termina neste segundo?
Se é na vida que te magoam, porque não tentas ir embora?
Se aqui não és feliz, porque não partes deste mundo?

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Insanamente


Chego a ouvir aqui no escuro os meus próprios pensamentos,
misturado com esse perfume que trago eternamente na alma,
gritos mudos sem cura mesmo com terapias e medicamentos,
perfume inexplicável que me dava tanta felicidade e calma.

Estupendo, dirias em castelhano, com o teu sotaque perfeito,
talvez me dissesses que apenas o escrevo, que é mentira,
ou apenas sorrises, envergonhada contra o meu peito,
mas tudo não passa de silêncio colossal que não expira.

Loucura, demência.. Talvez... Sinto-me incapaz de me encontrar,
percorro caminhos, invento alegrias, pinto felicidades imensas.
Sabes, chego mesmo a querer adormecer e não mais acordar,
escondo as dores, falando apenas das menores e menos intensas.

E quando durmo, sonho, nas poucas vezes que isso acontece,
lá tudo é pôr-do-sol e sorrisos, verão ou primavera florida...
Um abraço, sim o teu abraço, é o desejo em cada prece..
Um beijo, sim um beijo teu, é só tudo o que mais quero na vida.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Um homem só


Vejo sons em imagens que ouço enquanto choro,
arrumo a um quanto a máscara que me esconde,
deixo que a alma disfrute deste perfume inodoro,
atiro fora o sorriso que escondo sem saber onde.

Sento-me no sofá que tantas vezes serve de cama,
ligo a companhia da solidão mesmo que não a olhe,
fecho os olhos e sinto que longe o céu me chama,
sinto a alma escorrer sem saber se lá alguém me acolhe.

Perco-me nas horas olhando o vazio que há em mim,
adormeço já tarde, como se quisesse sentir mais o doer,
acordo e tudo é igual, dor e mais dor, há muito que é assim,
na minha alma é um frio inverno e nos olhos sempre a chover.

Dizem que um dia vou sorrir.
Dizem que estar assim mete dó.
Dizem que o sorriso há-de vir.
Dizem que sou um homem só.