terça-feira, 29 de novembro de 2011

Tens o mundo ao contrário

O Sol dissolve-se, numa chuva torrencial,
calmamente no seu grito de raiva silenciosa,
Esconde-se por entre o céu azul como breu,
sorrindo, chora esta dor imensa e perniciosa.

A lua, não é mais que um objecto no teu mar,
voadora nata, ergue-se nas noites de solidão,
deixa os sonhos que nos acordam sobressaltados
e assim lentamente vai dilacerando o coração.

O mar calmo que vai remoendo dores que sente,
são lágrimas dos rios que nele vão nascendo,
e em cada onda que se agigante ele mente,
para que as montanhas não o vejam sofrendo.

As pessoas, esses seres que sobrevivem no mundo,
que se jogam a teus pés implorando o teu sorriso.
a essas ofereces o teu sentimento mais profundo,
prometes sorrindo a ingratidão que é preciso.

Depois foges, correndo em palavras de silêncio,
escondes a tua vergonha e mentira no armário,
mas tudo o que sobe volta a cair porque é lei
e Tu sabes bem, tens o mundo ao contrário.

domingo, 20 de novembro de 2011

Anseio de um Sonho



Escondeu-se o doce sol do teu luar,
perdido na imensa chama extinta,
dissolve-se o brilho do teu olhar,
em silêncios que a alma pinta.

Sofres um medo enorme de ser feliz,
e rasgas as cores dos sentimentos,
baralhas as lágrimas quando sorris,
e já não sonhas nem por momentos.

Espero-te no cais de sonhos naufragados,
junto à porta de entrada da vida que mói,
sonho com imagens e sentimentos rasgados,
carregando esta mágoa que arde e dói.

Ainda acredito no amanhã, e que irá chegar,
em que iremos voar num doce céu de algodão,
um dia de sol do teu mais maravilhos olhar,
um dia em que duas almas se unem num coração.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Doce Morte

Chega a doer o ar que vais sugando
enquanto a luz se vai entre o escuro,
de rosto molhado e cansado rasgado
tanto, tão pouco, que era futuro.
Uma vez e outra, saberá alguém
quantas vezes mais irás tu chorar,
nesse teu grito solitário em silêncio,
que recomeça sempre que vai parar.
Em cada esquina, onde pensas que nasce a luz
é a escuridão que te deixa apático e desiludido,
e tudo o que por momentos te anima e seduz
rápidamente te deixa abandonado e perdido.
E soltas palavras surdas ditas ao ar teu companheiro,
súplicas, pedidos, pensamentos perversamente confusos
que a vida te dá, em excessos errado, ideias que o mundo
está bem preso pelos seus enorme apertados parafusos.
Pode a cegueira das palavras nunca te iluminar a alma,
pode o brilho de um gesto te iludir e rasgar a tua calma,
Mas cais do sonho que o mundo te vai fazendo chegar
e de novo o deserto, tórridamente gelado irás enfrentar.
O fumo sobe sempre, escala no seu impotente movimento,
sempre a subir inversamente à tua dinâmica inerte e sorte,
esperando que um sopro de ventura e apoie num momento,
e te deixe enfim descansar e aproveitar essa doce morte.