quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Sem Fim

A luz já foi, um rasgo de céu,
enquanto esticaste a tua mão,
para levantar esse leve véu,
que nos fez deixar o chão.


A música surda, em silêncio canta
prosa simples em forma de rima.
E o desejo doce que se agiganta
leva-me sempre mais para cima.


O tecto do mundo é sempre tão alto,
e a vida tão dura, árdua, curta e singela,
um sorriso é só o princípio do salto,
que te faz parecer tão doce e bela.


Leva-me contigo, em sonho voar baixinho,
razando as ondas do mar, sentir o teu sal,
deixa que do teu sonho eu seja vizinho,
vamos ser de todos um ser desigual.


Vamos revelar todos os segredos,
extinguir todos os nossos medos,
Usa a força que fazes nascer em mim,
para podermos sorrir no fim.


Anda comigo, fazer parar o mundo,
desenhar no chão o sonho encantado,
fecha os olhos e vê por um segundo,
como fala tanto este sentimento calado.


Só um minuto que é uma eternidade feliz,
um doce incomparável e sem semelhança,
um brilho tão forte e suave quando sorris,
uma balada inventada na tua alma de criança.


Essa lágrima de felicidade
é fruto do sentimento de cumplicidade.
Dá-me a mão e sente,
que a alma de verdade nunca mente.
Abre os olhos e vê a verdade,
abraça-me e mata esta saudade.
Beija-me num segundo assim,
e sabes que nunca chegará o Fim.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

10 minutos de escuridão



E acordas...

Para trás ficava um tempo
perdido na tua memória,
o rumo da vida que queres
ver no fumo eterno da tua glória
onde o nada existe mas
o tudo se torna tão mais intenso real,
onde na verdade somos julgados
por todo bem e todo o mal.


Tudo tão longe e tão perto,
como se o fino fio que nos segura,
fosse julgado por quem o teceu,
se mão correcta ou incerta por ventura,
julgam o que somos, sentimos e vivemos,
indiferentes ao qualquer sofrimento
como se apenas as imagens fossem verdade,
e não houvesse direito a argumento.


Enquanto flutuas no nada que és
á tua volta labora um corropio de gente,
tudo para que rasgues com querer a escuridão
e na tua pela seja verdade tudo o que se sente.
Mas lá dentro, o julgamento prossegue mostrando
que és muito mais que um simples mortal
que tens valores, verdades e honras,
que tens missão, coragem e uma enorme moral.


Então, termina o julgamento.
Agora é contigo, és livre de voltar,
nada pelo nada que é o espaço onde estás
e volta a sentir como é bom sentir o ar.
Abre os olhos, lentamente,
vais ver o mundo com outra cor,
vais sentir tudo tão bem, tão melhor,
terás outro sentido, finalmente saberás que és amor.


E acordas...