terça-feira, 29 de abril de 2008

Adormeci

Adormeci... Num silêncio inquietante,
com um ruído mudo, surdo e irritante,
voei parado, para um destino distante,
com a mente sem sonho divagante.


Voei, senti lágrimas a molharem o rosto,
o vento no cabelo a esvoaçar a seu gosto,
fiz das mágoas um musical composto,
fiz de tudo para chegar ao teu posto.


Vi obstáculos, senti paredes, tudo saltei,
fui amordaçado, mas mesmo assim gritei,
tudo preto e branco diferente do que pintei,
e tudo o que deram eu sei que também dei.


Acordei, triste é certo, mas com vontade de viver.
Por mais que doa, dilacere, nunca dará para morrer,
ainda que os olhos se afoguem, juro, irei sobreviver
E se o sonho acaba, a vida começa, basta o meu querer.

sábado, 12 de abril de 2008

Única e Diferente

Algo divino, de tudo e todos, diferente.
Desenhada em sonho mas sempre real.
Com gestos doces que fazem voar a mente,
que num segundo esvanecem todo o mal.

Um tesouro oculto em fumaças opacas,
uma jóia rara, em bruto, para esculpir,
Um calor confortavel quando abraças,
um som que encanta ao te ouvir.

Um ser quase perfeito, entre outros, dissemelhante,
que em palavras, caladas,em silêncio dizem tudo.
O seu toque, único e saudoso, deveras excitante,
que num turbilhão de coisas me deixam mudo.

É verdade tudo o que digo e sinto
É puro, intensoe doce este sentimento
É colorido e real sonho que pinto,
que vive e cresce em cada nosso momento.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

A Lua disse

Aqui... Tão longe e contigo tão perto.
Um sentimento doce e tão amargo,
um turbilhão de água num deserto,
por mais perto, mais me sinto ao largo.


Confusão de sentimentos, e saberes,
dívidas, dúvidas e um choro com sorriso.
Um aprender que chega nos amanheceres,
e que me faz sorrir sempre como preciso.


Sou sempre como a maré suave ao luar,
como uma andorinha de livre esvoaçar,
parto mas com vontade de cedo chegar,
de onde saí mas eternamente quero ficar.


A lua, disse ao sol, que pediu segredo e ás nuvens disse.
Elas disseram, no seu chover, quando me vieram molhar.
Nunca se esfumaçará a chama nem que o mundo ruisse,
nunca, jamais, terminará este sentimento que é AMAR.

Honra de ser Zé Nínguém



Coitados, sim já me sinto um Zé Ninguém.

Daqueles que são rejeitados e preteridos ,

ignorados por ti, por todos e mais alguém.

Mas senti o carinho nas palmas dos preferidos.


Foi bom, aquele sentimento antagónico,

numa entrada que julgava ir ser de rejeição,

Levantaram-se os bons, fiquei atónito,

as palmas aquecerem-me o coração.


Ainda mais, porque duas bestas ali estavam,

roendo a inveja com uma profunda azia,

souberam e viram o que não esperavam,

palmas a mim, aquele que mais mal fazia.


Pena, que o pai de todos, quem em nós mandava,

não estivesse ali para sentir, espantar-se e ver.

Para ver como erra comigo, como se enganava,

quando pensava que o mal era eu e o meu ser.


Mas enfim, eu não sabia de leis para mandar.

Nem para comercial servia, coitado de mim.

Loucos, mentiroso, vigaristas a premeditar,

pensavam que um dia seriam o meu triste fim.


Sinto pena sim, mas pena de um sonho acabar,

do que se passa sinto revolta, de quem culpa tem,

de quem por querer, mais que o que é, mostrar

um dia irá acabar, na solidão, sem ninguém.


Nesse dia, e noutros iguais, soube que era querido,

senti o carinho, o louvor, que nunca tive de quem quis,

Senti a meiguice no meu triste coração muito ferido,

Senti que sou, Zé Ninguém, mas amam-me pelo que fiz.


Obrigado aos meus verdadeiros amigos e ex-colegas de trabalho. Um dia, quem sabe, poderemos ser novamente uma família sem ovelhas ranhosas que nos enfiaram num poço onde o nosso sonho não chega. Nesse dia, subirei ao mais alto ponto do mundo, o ponto onde já me tiveram por segundos, subirei ás Vossas palmas e de lá Vos direi... Obrigado Minha Família.

Eterno Segundo


Um bola de ping pong,
ora vai... ora vem.
Enquanto vai e volta o sonho cresce,
outras amanhece,
há vezes em que desaparece.
Uma bola de ping pong...
Ora ping... ora pong.
Qual pêndulo...
Num trajecto inquieto e rotineiro,
nunca muda um segundo,
nunca foi o primeiro.
Eterno segundo,
segundo no mundo,
segundo a pensar um segundo,
segundo em tudo o que é profundo...
No jogo do empurra, um peão...
Eu não quero... eu também não...
Eu quero, eu tmbém.
Eu já não sei...acabou a canção...