terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Porque cantas Cotovia

Mas se é inverno porque cantas cotovia,
imagina que podes ficar com o canto rouco,
julgas que alguma flor, algures mais, te sorria,
ou encantarias com esse canto doce e louco?


Agasalha-te, guarda o canto para outra estação,
aquece o teu ninho, dá-lhe um toque maternal,
sente lá fora a chuva e o frio, mas vive com emoção,
porque, está agreste, mas afinal é Natal.



E pede-me o mundo,
dar-to-ei num segundo.
Pede-me um raio de Luz,
roubo-o no sol que te seduz.
Pede-me um horizonte para olhar,
dou-te o futuro porque é bom saber amar.
Pede-me, um segredo, um doce encanto num sorriso,
voarei sem asas, saltarei para o abismo se for preciso,
Mas por favor, sê gentil, sê sincera, trata e cuida de ti,
porque, no fundo, em verdade, uma alma só é feliz quando sorri.


Mas o que importa se canto fora da estação,
que importa se está muito frio e posso adoecer.
Se o que faço, é verdade e vem sempre do coração,
e o meu canto fará a mágoa deixar de doer.


Porque o cantar sincero, tem de ser no momento,
esteja frio ou calor, seja noite ou dia, venha quem vier,
e exige, mesmo que doa, que seja feito com sentimento.
Porque o Natal é sempre que um homem quiser.

Vida

E se a vida fosse o silêncio somente.
Fosse, em si, preenchida por completo,
de nadas cheios de tudo o que se sente,
de curvas transcritas num segmento recto.


Em que a luz ausente nos ofuscasse a ilusão,
onde a água nos secasse a dor de um sorriso,
onde encontros desencontrados de escuridão,
se tornassem imóveis nas porta do paraíso.


Onde as estradas nunca fossem a lugar algum,
onde os rio nascem no mar, contra natura,
onde o a comida farta esbanjasse sem jejum,
e onde tudo é lento mas nada de nada dura.


E se de repente o norte fosse sul, por um dia,
o alto, baixo e o claro, escuro...seria o Fim?
Talvez não... Diria eu, enquanto calmo sorria,
porque no fundo uma vida é mesmo assim.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Banco de Pedra

Num banco de pedra e cimento,
onde a saudade lava o esquecimento.
Viverá eternamente o meu bem querer,
por muitas vezes incompreendido e a fazer doer.
Exposto ao frio, ao calor, à noite e ao dia e à solidão,
imóvel, como o teu coração, fixo preso ao chão.
Um dia fora o banco mais belo de todo o universo,
soube pintá-lo, contá-lo e cantá-lo em verso.
Mas hoje...hoje já não, porque me faz chorar,
o banco é o mesmo mas a dor não sabe acalmar.
Talvez o pintasse de negro por uma raiva ignorante,
ou de bege pela inércia e passiva vida errante.
Quem sabe de castanho para mostrar resitência e simplicidade,
mas ficará verde de esperança na justiça da verdade.
Porque sempre o fui e serei até morrer,
porque devo ser sincero mesmo se doer,
porque assim foram os que me ensinaram,
Porque não calei, não omiti quando os ventos começaram.
Mas haver um dia aquele banco dará p seu juízo final,
talvez então falar, peças desculpa e desculpes... acabe o mal,
talvez aí o sentimento se torne imortal.

Cataclismo

Se o corpo recusasse, porque não quer dizer,
o que a alma reclama quando nos chama...
Se no cansaço de alma, de um escravo,
jamais se extinguisse essa inflamada chama...


E se um sol desse luz fria e a lua reflectisse uma imagem,
qual escolherias, para ter nas tuas noites de luar?
Talvez um flor, um animal, qualquer coisa abstrata,
que só sabes comos e faz e como se pode sonhar.


E se no sopro de uma flauta, tocando sozinha com vida
como gostavas que fosse essa doce e bela melodia?
Por certo uma balada, lenta e suave sem som, calada,
talvez um silêncio inerte, que apenas do coração saía.


E se o mundo, irrequieto, desse uma volta ao contrário
ficasse de pino, se a noite fosse dia e o sim fosse não.
Se o mundo acabasse agora, e já nada mais interessasse,
será que aí eu poderia ter por fim o meu perdão?

Uma curva

Hoje passei por ti no escuro de um sonho,
não que fosse amargurado e medonho.
Escuro porque era noite na rua e chovia,
sonho porque há muito, era isto que queria.


Tenho passado muitas vezes por ti, sozinho,
deitado, triste e com o choro por vizinho.
Sim, é muita saudade, porque eu sei admitir,
saudade dos dias, noites em que te via sorrir.


Sabes, ninguém sorri como tu, livre e solta,
de alma livre a voar e em sonhos envolta.
Um sorriso divino, doce, como tu não sabes ser,
um sorriso que por muitas palvras não faz doer.


Mas hoje passei por ti, num sonho real, acordado,
não me viste, eu sei, também não estava combinado.
E sabes dei-te, mais uma vez o melhor de mim,
o meu ser que me sai dos olhos molhados e carmim.


Passava, se deixasses, mais uma, outra e outra vez mais,
ficarava ali parado eternamente, imóvel, tornando-nos irreais.
Só para te poder ter perto da vista, mesmo sem te poder sentir,
mas ficava e poderia chorar para sempre, feliz, por te ver sorrir.

domingo, 14 de dezembro de 2008

A Viagem

A viagem está marcada, desde que nasci,
pelo caminho ficam horas de longas esperas,
fica tudo o que saboreei, senti, vi, cheirei e vivi,
ficam as imagens e planos de todas as quimeras.


Não me vou atrasar, a partida não pode ser adiada,
a viagem longa jamais permite atrasos ou voltas.
Não há tempo para despedida, nem mesmo apressada,
e de nada valerá que se levantem dores ou revoltas.


Estou pronto, sem malas nem bilhetes na mão,
sei quantos me esperam seja qual for o destino,
Quando amanhecer restará apenas a emoção,
de um adeus triste, perpétuo e repentino.

Já o sol vai alto e eu cheguei ao meu destino,
e lá vejo e oiço todo o meu espaço terreno.
Já senti todos o que me viram chegar, peregrino,
já descansei e consigo ter paz em pleno.


E eis que ela chega, de olhos lavados de saudade,
com um nó na garganta, e olhar vago e distante,
teria sido a hora de falar e contar toda a verdade,
mas a partida fará o destino eternamente errante.


Diz o que sentes, sempre e em verdade.
Porque a vida é fugaz, curta e por vezes aflita
Não fiques eternamente perdida na saudade,
e com a dor de a verdade não ter sido dita.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Deslumbre de esperança

Dizem que estou diferente, acredito que sim.
Mas de que me serve ter o meu feito mudado,
se tudo o que sonho e queria ter em mim,
apenas me dizem e mostram ser passado.


De que vale ter calma se não tenho paz para disfrutar,
de que vale conhecer-me melhor e controlar a impulsão
se tu já não estás mais neste mundo que adorava partilhar,
se tudo o que ouço é apenas o bater, fraco, do coração.


Para quê ter sucesso, se não tens com quem festejar,
ter um dia bom ou mau se não há a quem o contar.
Para quê, ter sonhos e planos se não há como os partilhar,
ter desejos e nunca sentir um ombro num longo abraçar.


Foge o chão, rasgam-se os sonhos, espalha-se alma,
seguro-me ao ténue deslumbre que é a esperança,
perco os sentidos mas permaneço na doce calma,
porque aquele que espera sempre ou nunca alcança.

Porta Aberta

O erro, esse tem sempre dono,
tem sabor amargo, que eu sei,
vocês dizem, e eu perco o sono,
tudo parece perfeito e já ser lei.


Tomo decisões por mim ou induzidas,
porque não as tomar é já estar a errar,
mas erro de novo em frases tão batidas,
que só vocês dizem e voltam a expressar.


E o único a errar, eu sei, sou sempre eu,
erra na forma, no ser, no estar e no fugir,
sonho e quero o que nunca aconteceu,
para vocês, passo os meus dias a fingir.


Só metade de mim está correcta, e certa,
vive por si, um novo mundo, novos amigos,
nunca a saudade criou a lágrima que desperta,
a atenção a quem lhe quer um futuro sem perigos.


Mas ela está certa, e pobres dos que apontam o dedo,
serão abandonados mesmo que tenham anos de sofrimento,
vivem num mundo, que não é da metade sem medo,
são esquecidos ao primeiro e fugaz momento.


Mas o erro sou eu, e fugir é sempre o melhor que sei fazer.
Dizem argumentando sempre a metade correcta e certa.
Para mim, já tou habituado, já nada me faz mais doer,
porque a vida, é injusta, mas em verdade a porta estará aberta.

Nosso Abraço

Dá-me um sorriso,
sabes que é tudo o que preciso.
Um palavra, doce como sabes dizer,
um gesto de carinho como sabes fazer.
Anda comigo, vamos ver o mar,
sim esse que nos ensinou a amar.
Eu sei, tá frio e é inverno,
mas aqui não está quente e sinto o inferno.
Preferes a montanha, alta e de neve branca,
onde a saudade acalma e se tranca.
Ou quem sabe ir ao cabo do mundo,
onde o som do silêncio é vagabundo.
Seja onde for, é bom ir desde que seja contigo,
seja como amor sejacomo amigo.
Mas por favor, dá-me um sorriso,
não é de uma gragalhada que preciso.
Acredita no que escrevo e digo, sou verdadeiro,
trocava um segundo contigo por uma vida,sozinho, por inteiro.
Esquece, imagens e sons, passados e presentes,
feridas e dores que sei que ainda sentes,
vem viver um sonhoa dois, um sonho Só Nosso em amor.
Anda vem sentir o que nunca nos trás nenhum ardor.
Vem cá, sente o Beijo que não existe sabor igual,
aquele que dura segundos mesmo durando horas,
que te cala a dor e seca as lágrimas quando choras,
esse mesmo embrulhado no Nosso Abraço,
que nos acalma a saudade e o cansaço.

Quatro paredes

Quatro paredes de solidão,
onde um dia fui feliz, digo eu,
onde o fumo da alma e coração,
deixavam esboçar um sonho teu.


No quadro que pintámos, jaz,
em cores esbatidas a pastel,
tudo o que a mágoa e a dor faz,
e uma vida presa por um cordel.


Na telefonia, moderna a condizer,
tocam baladas e as lágrimas dançam.
Grito, mudo, que a voz faz doer,
e os sentimentos já não encantam.


No chão deste quarto de vida,
fica um terço de prece a Deus,
já não há um meio de ter comida,
para uma alma entregue aos céus.


Guardo no rosto traços de sorrisos esquecidos,
na alma o horizonte deste olhar vagabundo.
Guardo o bom, mas o doloroso não anda perdido,
e trás-me triste, só, infeliz neste mundo.


Queria sorrir de novo, e só tu sabes curar,
a ferida funda e fétida de tanto tempo a arder.
Queria ouvir o som da palavra dita sobre amar,
e aí então sabes que não teria medo nem de morrer.

Num mundo só Teu

Num mundo que é só teu, ninguém conhece,
o que trazes na alma e preso ao teu olhar,
finges que não sentes nem ouves esta prece,
mas sei que é impossívél ela não te tocar.


Mesmo que não leias, não vejas e não sintas,
que não ouças o que profundo o teu ser te ecoa,
mesmo que te embrulhem a alma com mentiras,
eu sinto e tenho a certeza de que a saudade te doa.


Porque é impossível passar por cima do abismo,
só voando e isso apenas na alma o conseguimos,
no teu silêncio habitual usas de todo o teu sofismo
para esconder o doce que é quando sorrimos.


Sabes que muito nunca sentem o que sentimos,
não sabem que algo existe e é só nosso é ouro,
muitos não percebem o amor quando sorrimos,
e que na vida esse é o maior e único tesouro.


Mas como sempre vives num mundo que é só teu,
onde deixas entrar mas abandonas no labirinto,
onde misturas o que é bom, nosso, e o que doeu,
onde só tu sabes viver e calar tudo o que eu sinto.

Perdido no Teu Mundo

Estou perdido no teu mundo,
só, neste labirinto onde fiquei,
Bastava que desses um segundo,
para te mostrar o que já chorei.


Aqui onde tu me deixaste ficar,
preso a um sonho ou um ilusão,
ficarei à espera da maré voltar,
para poder navegar no teu coração.


E se o mar secar, na pouca água que resta,
se o vento que me gui não voltar a soprar,
espero o brilho da luz entrar por esta fresta,
espero o beijo único que me diga o que é amar.


Sento-me à espera de uma nova vaga,
uma maré em que me venhas a sorrir,
espero um hora qualquer que te traga,
e enfim poderei descansado dormir.


Aqui parado onde me deixaste a chorar,
neste frio recanto que outrora tinha calor,
eu ecôo gritos mudo chorando o te amar,
choro lágrimas doces de verdadeiro amor.

Hipermercado de futilidades


Neste labirinto comercial, onde vagueio,
sempre acompanhado da amarga solidão,
percorro cada corredor atulhado e cheio,
na esperança ter uma doce e terna visão.


Em cada calmo passo perdido que vou dando,
sinto a firmeza da insegurança de estar só.
Sinto a desilusão de uma ilusão dançando,
e uma mágoa que aos felizes mete dó.


E vou correndo, como perdido, isolado,
andando parado em cada corredor.
Olho a multidão, sozinho e sempre calado,
na esperança de encontrar o teu amor.


Estupidez, o amor não se compra nem vende,
mas saudade mata-se com um simples olhar.
Vou sonhando, porque o sentimento me prende,
até ao dia em que me vais voltar a amar.


E chega ao fim, sem ter cumprido a lista,
sem ter comprado o fármaco para a dor.
Muitas ofertas, mas aqui talvez não exista,
o que procuro, para a saudade. O teu Amor.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Como Se Não Houvesse Um Fim

O nevoeiro intenso faz com que não sintas,
o toque magoado de quem quer ser feliz,
como se o céu suportasse todas as mentiras,
por um olhar que já não sabe o que diz.


Nesta rua fiquei só, triste, parado a olhar,
todos os seres vivos imóveis à minha volta,
Desde a hora em que te vi lentamente afastar,
e que me dá um sentimento enorme de revolta.


O mar não mais teve aquele brilho doce lindo,
a neve jamais teve a cor virgem que devia ter,
as palavras nunca mais foram doces, ditas sorrindo,
e o relógio conta os segundos que passo a sofrer.


Por morrer uma andorinha não acaba a Primavera,
mas um jardim chora, sempre, a morte de uma flor,
E nada neste mundo será tão belo e doce como era,
porque morre lento o meu coração cheio de dor.


E não há mais fim,
Não há nada em mim,
Tudo o que sinto, dói, é ruim,
Sou o que resta de um Querubim.
E tudo dói como se não houvesse um fim...

sábado, 6 de dezembro de 2008

Deixa-me Chorar

Hoje estou triste, sim é apenas porque chove,
ou talvez não, quem sabe por ser fim de semana,
ou porque tudo o que me faz feliz e me move,
se fechou numa mentira chantagiada e profana.

Sim, dói demais ouvir que nos amam de verdade,
para depois, no imediato, partirem com medo.
Dói profundamente sentir que o amor e a saudade,
nunca vão, por ti, poder ser mais que um segredo.

Mas, sabes, dói imensamente mais saber obrigada,
violada no teu espaço que é a tua vida, o teu mundo.
Dó saber-te porque o ouvi de ti numa frase pranteada,
Tem de ser senão não teremos paz por um segundo.

Isso é dor que corta, como espada trespassando o coração.
O mais duro e fatal golpe que desferiram no meu peito,
e se a alma de verdade não te deu para a vida uma razão,
então, deixa-me chorar, porque eu não sei ser de outro jeito.

Abraço

Sinto a tua lágrima escorrer no meu ombro,
neste abraço de amor, de amigo, de companheiro,
sinto a tua dôr como se fosse minha, porque o é,
e fico calado a ouvir o chapinhar da água na rua.
Em silêncio, ao som de uma lágrima a cair,
ecoo gritos mudos de uma saudade,
serei teu médico, teu amigo, teu enfermeiro,
dessa doença que te magoa eque dizem ser amor.
Mas o amor não magoa, não exige, não desconfia,
o amor mão bate, não cála e não persegue,
o amor não vive de ilusões e mentiras.
O Amor, aquele verdadeiro e sincero, que sentimos,
que pára o mundo, os relógios e o trânsito,
que fazer o sol brilhar por trás das nuvens mais cinzentas,
que viver por mim, por ti e por nós,
que vê na felicidade do outro a sua felicidade.
Esse amor... Só tu sabes como ninguém,
esse jamais morrerá ou fará sofrer.
Seca as lágrima no meu regaço,
sente a força do nosso abraço,
sente a felcidade do nosso beijo,
vê o brilhar do nosso cumplice olhar
e vamos ver, ser felizes, Sonhar.

"Porque, ... Tem De Ser"

Porque, ... Tem de ser. Respondeste assim,
Vi-te de costas a esvaneceres-te no som,
senti um arrepio de desalento e desilusão,
vi que muitos brincam e troçam de mim,
mas chorei por partires a chorar num tom,
que a mim me soará sempre a violação.


Porque, ... Tem de ser. Foste pronta a dizer.
Porque um papão nos faria mal, é assim melhor,
e terminaste com "Nunca haverá nada como nós".
Como se este amor não tivesse força para viver,
como se preferisses viver para sempre com a dor,
de não amar por não poderemos e assim vivermos sós.


Porque, ... Tem de ser. Retorquiste com medo.
Porque não tiveste coragem de assumir a verdade.
E em silêncio choraste de profunda e dilacerante dor.
Mas volta ao futuro, vem aqui que te dizer um segredo,
nunca poderás ser feliz porque guardarás a saudade,
de quem um dia te fez feliz por simples e verdadeiro amor.


Sabes o que "Tem de ser", e não tem volta a dar?
É quando tudo acaba e termina, o fim da vida, a morte.
Só com esse infortúnio nos devemos e podemos resignar.
Porque em verdade com vida, nunca devemos calar e aceitar,
o que nos dão como certo porque "Tem de ser", por sorte,
porque dessa forma, eternamente, com mágoa iremos chorar.


Ergue-te do chão e olha o o horizonte na tua frente,
vê como é bonito o sentimento e a cumplicidade existente,
usa a força que tens contra tudo, contra todos, sê resistente.
Porque um dia, será feliz e verás nesse teu futuro presente,
Que a mentira apenas faz feliz se se acreditar quando se mente,
e a saudade dissolve-se porque o sentimento era doente.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Desalinhado

Há dias, em que a noite se revela assim,
escura invernosa e fria, mas o calor é teu.
É nessas noites que livre de tudo e de mim,
ficas envolta nesse teu fino e translucido véu.


Vens entre a fumaça do calor da terra,
silenciosa caminhando por estre as estrelas,
cantando calada a oração de quem berra,
dizendo que o passado foi das coisas mais belas.


E mentes ocultando e omitindo o que desejas,
como hábil ilusionista que engana quem te vê,
se és verdade e sabes bem o que almejas,
e como dizes queres ser feliz... então sê.


Tudo foi demasiado doce e verdadeiro,
tudo foi marcante, unico e sentido em mim.
E quando água já não corre neste doce ribeiro,
então o Inverno não mais terá o seu fim.


Sou muito menos do que o que sonho e quero,
mas trago tudo em verdade no meu peito.
Porque o sol, nasce todos o dias e eu espero,
que um dia nasça para mim e seja perfeito.

Gota de Orvalho

Sabes, sem saber encontrei um doce
Pedi-lhe amizade sem algum interesse,
sem saber o que era o que quer que fosse,
pedi e foi bom sem que ninguém o soubesse.


Em pouco tempo vi a doçura que trazia,
quando sorria, quando me falava...calada,
era tão doce e que apenas um olhar fazia
crescer um sonhar de amizade inacabada.


E cresci, sabes, porque me fizeste sorrir,
uma noite, esta mesma em que te escrevo,
apanhaste a minha alma a querer partir,
e mostraste como a vida tem relevo.


Para mim és gota de orvalho neste deserto,
vento de mudança no mar que me magoa,
és uma amiga no sonho que hoje desperto,
que magoada és feliz porque não vives à toa.


Por tudo isto sei que se te dói
a mim é algo que me mata.
Porque a dor que nos mói,
acaba com a amizade de prata.


Prata que ouro será, prometo, um dia
para no outro ser platina e diamante.
Uma amizade que para sempre sorria
que começou um dia e seguirá por aqui adiante.

Dedicada a Cristina... Obrigado por me fazeres sorrir hoje amiga.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Leite Escolar



Na minha escola, que relembro com saudade,
aquela onde fui pequeno e homem me tornei,
davam um pacote de leite, talvez sem validade,
que ensinou mais do que alguma vez aprenderei.


Ensinou-me que no mundo há crianças com fome.
Que um simples pacote de leite, talvez sem validade,
era muito mais que o que muita criança come,
mesmo sem que autoridades verifiquem a qualidade.


Ensinou-me que devemos dar sempre liberdade.
Ao chupar pela palhinha o leite que me alimentava,
impedindo o ar de entrar espaçadamente e em verdade,
o pacote não deixava o leite sair e a fome não terminava.


Ensinou-me que um pacote de leite, é um pacote de amor.
Ao qual devemos sempre dar espaço, liberdade e muito ar,
por onde nos alimentamos e somos felizes, geramos calor,
e sobretudo por onde aprendemos um doce e leve amar.


Ensinou-me a existência da companhia e amizade.
Ríamos e falávamos, brincávamos na nossa fantasia
Enquanto todos bebíamos o leite, mesmo sem validade,
e mesmo assim tudo era bonito, tudo nos sorria.


Hoje, muito longe desse tempo em tudo o que me resta,
mesmo sem beber o pacote de leite, aquele sem validade.
Vejo que os pacotes de hoje têm leite que já não presta,
e relembro o pacote de leite que hoje me dá muita saudade.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Como é o Natal

Sabes, acho que não sei como é o Natal.
Nunca tive um Natal sozinho...
Como se compram as prendas?
Como se faz um pinheiro?
Como se adorna um presépio?
Nunca fiz nada assim...

Eu, até nunca gostei de Natal...
Não gosto, nunca pelo que realmente é,
mas pelos sentimentos e balburdia,
pelo dinheiro que se gasta e não gasta,
pelas frases não sentidas de Boas Festas...
Acho que não sei como é o Natal...

Mas mesmo assim, escrevi ao pai Natal,
mandei com o conhecimento do Menino Jesus.
Pedi-lhe todos os meus sonhos e anseios...
Quem sabe ele me ouve e me concede os desejos.
Mas ainda assim não estou seguro de como é o Natal...

Sabes me explicar?

Flor do amor inexistente


E o Sol, vai novamente nascendo,
em breves e lentas lufadas de vento,
Escrevo porque espero que me vá lendo,
porque é enorme o frio neste momento.


Deixo que uma a uma as letras brotem,
formando palavras que me saiem da mão,
deixo que estas imagens me derrotem
e que o sal caia e se espalhe pelo chão.


É um erro, talvez o maior que cometo,
chamem-lhe saudade ou puro amor,
digam que é mentira, e eu prometo,
ver-te-ei sempre como uma frágil flor.


Passam os segundos, os minutos e as horas,
chega a luz, chega a realidade dolorosa do dia,
a palavra insiste sempre em longas demoras,
Juro que nada do que é... é como eu queria.


E escrevo sem pensar, apenas deixo fluir,
as mãos num bailado louco neste teclado,
talvez assim consiga ser feliz e voltar a sorrir,
mesmo com que o meu sonho não esteja acabado.


É um erro, talvez o maior que cometo,
chamem-lhe saudade ou puro amor,
digam que é mentira, e eu prometo,
ver-te-ei sempre como uma frágil flor.


Mas hoje é ainda mais triste que ontem,
o amanhecer é sempre muito mas muito pior,
piora de noite e durante o dia se mantém,
e nada me parece ser ou estar melhor.



Deixei de acreditar em amor faz pouco tempo,
uns não querem outros não perdoam e eu aqui,
para mim o que outrora cantei livre ao vento
já não faz sentido, não existe nem aqui nem ali.


É um erro, talvez o maior que cometo,
chamem-lhe saudade ou puro amor,
digam que é mentira, e eu prometo,
ver-te-ei sempre como uma frágil flor.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Sonhos a Preto e Branco

Deixa-me sonhar a preto e branco,
gosto desse timbre monocromático.
Assim tudo é menos real, dói menos
e torna-me menos psicossomático.


Quero ver, dormindo, os tons de preto
que em sonhos parecem de outra cor,
quero sentir todos os brancos, cinzentos,
que jamais dão relevo a qualquer dor.


Prefiro sonhos a preto a branco,
as cores mentem com a sua temperatura.
Quero sentir-me um quase Deus, um Santo,
quero deixar de ter esta alma dura.


Deixa-me sonhar a preto e branco,
sou daltónico, bem sabes que sim,
deixa que sem tonalidade veja menos,
porque assim nunca verei o fim


Só assim viverei feliz porque iludido
sonharei a cores mesmo inexistentes,
Mas sorrirei porque dormindo
não vejo a cor das mágoas doentes.


Prefiro, sem dúvida, sonhos a preto a branco,
as cores mentem com a sua temperatura.
Quero sentir-me um quase Deus, um Santo,
quero deixar de sentir e ter esta alma dura.

Escrevo

Escrevo, mas são raras as vezes que releio,
talvez por sentir as palavras que me saiem do dedos,
talvez por não ser comercial e simples paleio,
talvez por aqui ser mais fácil de exaltar os medos.


Mas escrevo, porque não tenho, sabendo que existe,
a quem o possa dizer, falando, mas a voz não me exprime.
Aqui e sem olhares que enaltecem a timidez que resiste,
é mais fácil pintar com letras tudo o que alma reprime.


E vou escrevendo, mesmo sabendo que a pouco mas bons
agrado, e que vão lendo as passagens do meu caminho.
Faço-o com prazer sem saber se é como dizem um dos dons,
que carrego e descarrego neste canto aqui sozinho.


Podem até dizer que sou mentira, que me reinvento,
que sou pintura de fresco em cada estrofe que me sai.
Mas tudo o que escrevo é com verdadeiro sentimento,
é tudo o que devia ser falado mas por aí nunca vai.


E assim escrevo, e algumas, poucas vezes, releio mais tarde,
e sinto-me infantil no que disse escrevendo naquele momento.
Não que fosse mentira ou apenas por uma chama que já não arde,
Mas porque parece mal feito ainda que como maior sentimento.

Eterno bem querer...


É bom saber que Te tenho...


Nunca duvidei, mas confesso caí nessa tentação.
Porque depressa correm os boatos, e as más novas,
mais velozes que a velocidade com que a luz se propaga,
quase sempre sem deixarem tempo para qualquer indagação
e mesmo não tendo verdades ou irrefutáveis provas,
insistem sempre em renascer em nova e mais forte vaga.


É bom saber que Te tenho...


Apesar de todas as guerrilhas e parvoíces da vida,
Tu sempre soubeste ter calma com os outros e comigo,
sempre foste único a lidar tão bem com uma amizade.
Acredita que é, mais um pedido de desculpa sentida
porque Te quero ter eternamento e sempre como amigo,
no sentimento que temos e que não deixou de ser verdade.


É bom saber que Te tenho...


A Ti doce amiga que me encantas com o Teu ser,
tão semelhante a mim no mais básico sentimento,
que me deste sempre o prazer de ter um abraço.
Sente nas palavras o meu profundo bem querer,
que quero que sintas a felicidade deste momento,
que Te dou aqui, agora e sem qualquer embaraço.


É bom saber que Te tenho...


Tu que foste a última a entrar nesta peça teatral,
que sendo a última serás sempre primeira para mim,
agradeço a sorrir tudo o que me dás em carinho,
porque me mudaste e sem saberes afastas-me o mal,
Tu que não sabes ser de outra forma sem ser assim
e que nunca,mas nunca me fizeste sentir sozinho.


É bom saber que Te tenho...


Companheiro de luta que nunca deixas que me batam,
que levantas a tua voz e o Teu olhar sempre nobre
para defender uma posição ainda que não acredites no que digo.
É bom sentir o Teu abraço sem corpo quando sinto que me matam,
é bom o Teu apoio que dás sem pensar que possa faltar ou que sóbre,
é bom saber que tenho em Ti um verdadeiro e único Amigo.


É bom saber que Te tenho...


Tu que me entendes como ninguém, como se fizesses parte de mim,
que choras por mim e me dás o prazer de sorrir por Ti nas Tuas vitórias,
que me dás a mão, o braço, o peito e ombro sempre que quero chorar.
Tu, mais um, que podia dizer que tudo tinha chegado ao seu fim,
mas que genialmente vês nas derrotas o lado bom como se fosse glórias,
e que como ninguém me sabes parar, acalmar e no fundo guiar.


É bom saber que Vos tenho...


Não mereço um único gesto da Vossa parte mas insistem em me dar,
são o que tenho e o que não tenho,o que sinto e o que nunca minto,
são o que jamais negarei e que quero ter para a vida e a todo o momento.
A Vós, nobres cavaleiros da minha pequena távola rectangular,
dou-Vos o pouco que sou, o nada que tenho e o muito que sinto,
dou-Vos este abraço de amigo, profundo, sentido e de verdadeiro agradecimento.


É bom saber que Vos tenho meus amigos...



Dedicado a vocês que sabeis quem sois...

Não acredites...


Quando o som do silêncio te irrita,
e a cor perfumada, leve e quente
é inerte, imóvel e sempre aflita,
é mentira tudo o que se sente.


É apenas um acordar fora de horas,
sem razão aparente e motivo de fundo,
são os sonhos, pesadelos que choras,
que te fazem afastar do mundo.


Porque o mundo, esse vive por si só,
não precisa de mais um inútil drama,
não acredites, iludido, no que mete dó,
não acredites que a alma se inflama.


Como um aeroplano, que se levanta e aterra,
sem uma hesitação possivél, mesmo com ajustes,
nunca acredites numa alma aflita que berra,
nunca te dês apenas para que não te assustes.


E se um dia deixares de acreditar no amor,
acorda, abre os olhos, porque ele nunca existiu,
se a felicidade tiver aquele amargo sabor a dor,
segue em frente porque alguém à tua alma mentiu.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Sorriso de Menina

È num silêncio incómodo que escrevo para ti,
Incómodo não pela ausência de som ou burburinho,
Nem porque o faço para ti, parte de mim que não sorri.
Incómodo porque dói saber-te mal e por isso te acarinho.

Queria tanto mais poder ler-te em voz alta um doce poema,
Poder olhar os teus olhos a rejubilar por me ouvires, feliz.
Queria tanto inventar um qualquer plano ou estratagema,
Para que aqui estivesses, porque preciso saber que sorris.

Dói saber que sou pequeno para te dar o que anseias
Imaginar tudo o que sonhas e não o poder oferecer-te.
Dói não poder apagar as linhas razão do que pranteias,
Dói não poder limpar-te a alma e a sorrir poder ver-te.

Mas guardo em mim, para ti, todos os sorriso que vou te dar,
O calor de um abraço sincero e sentido à espera do teu ser,
Uma mão estendida para na face, em festas, te acarinhar,
E o doce som da palavra “AMAMOS-TE” para te oferecer.

Por tudo isto e por acreditar em ti, quero-te de volta,
Quero o teu sorriso ao som da tua viola que adoro,
Quero rir, sorrir, cantar e tocar, não te quero em revolta,
Sou-te o que me deixares ser porque por ti também choro.

Rebusca todos os cantos da tua alma, e encontrarás coragem.
Vê nos sonhos a força que parecer faltar mas nunca termina,
Porque a vida é injusta e tão sinuosa na sua perigosa viagem,
Mas um dia serás feliz só tens de aplicar o teu sorriso de menina.




Nuno


Estou contigo Sandra… beijinho enorme.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O futuro é agora...

Respira bem fundo... Sente-te em ti apenas.
Sente como é bom viver, como és diferente,
como a lua brilha iluminando as novenas,
e como o sol até no inverno continua quente.


Sente a areia que não tens nos pés nesta praia,
como a água que sentes fria, os pés não molha.
à esquerda, os passos que te levaram como aia,
passado, deseparecem no mar. Sem medo...olha.


Imóvel e incrédulo, mas calmo, olha à tua direita,
vê quem vem do futuro apenas para te vir buscar.
És tu, apenas tu, que vens trazer-te o futuro... aceita.
Segue o teu caminho, vive para ti e aprende a te amar.


Agora, em conjunto, segue o teu caminho no horizonte,
escolhe um mundo novo, muda-te como sempre quiseste,
e por maior que seja a pedra, rocha, montanha ou monte,
tu saberás tornar tudo doce mesmo o pior e mais agreste.


Vive por ti, para ti e de bem contigo,
o futuro é teu se souberes como dar calor.
Aprende que tu és o teu melhor amigo,
que a vida só é boa quando espalhas amor.

Pretensão eterna

Quero ver no brilho dos teus olhos,
o futuro doce que trazes no sorrisso,
sentir a felicidade que dás aos molhos,
e saber que é só isso que eu preciso.


Quero pintar com cores que não existem,
os sonhos que a realidade nos vai trazendo,
cheirar o perfume dos olhos que não mentem,
saborear os momentos que vais oferecendo.


Quero sentir entre os dedos o toque sedoso,
da tua face, jubilosa estrela de eterno brilhar.
Quero dar à alma, áspera um toque carinhoso,
que te faça esquecer o passado que te faz chorar.


Quero sonhar acordado, dormindo ao relento,
sentir que sentes o que sentem os sentimentos,
mas só aqueles doces que esvoaçam ao vento,
e que o amor faz sentir nos seus doces momentos.

sábado, 15 de novembro de 2008

Leve Hipnose

Ali estava, no primeiro exercío de avaliação.
O corpo em insegurança balançava livremente,
na sua cabeça além da voz guia ouvia o coração
a bater compassado, calmo, mas frenéticamente.


E depois, outro teste, outro exercício mais.
Assim se apercebe genialmente da capacidade,
de libertar e abrir a mente em condições normais,
e voar, parado como se o corpo não tivese idade.


Por fim a posição final. De pé, ouvia simplesmente.
O corpo relaxado levava-me em loucas sensações,
Estava mas não estava, era eu sem ser eu em mente,
estava por fim pronto a largar todas as emoções.


Ao tocar na cara, imagens voaram como a que a sair,
de uma cabeça cheia de mágoa, solidão e tristeza e dor,
as lágrimas caiam sem que algum som pudesse emitir,
esvaziando da memória a dor que se traz por amor.


Estranho, mas tão libertador. Sensações brutais.
Já na rua a leveza era maior, o sorriso tinha voltado,
o corpo de novo relaxado e as ruas já não eram iguais.
Que bom existirem sábios capazes de terminar o inacabo.

sábado, 8 de novembro de 2008

Gota


Uma gota, presa na liberdade
de um corpo cansado e triste.
Escorre curvada pela privacidade
do caminho sinuoso que existe.


Salta e paira no ar, até tocar o chão,
arrefece ao subir na descida da dor.
poderia ter sido amparada pela mão,
mas caiu e fugiu, escondeu o seu amor.



Uma gota, simples e bela no seu brilhar,
reflectindo o sol solitário do pensamento,
apagando a luz que fica com um luar,
e perpétuando eternamento o momento.


E voa sonhando, um dia, ser uma estrela,
num céu feliz e doce, e iluminar a escuridão.
Tudo o que, é doloroso, e carrega dentro dela
se desvanece e termina ao espalhar-se pelo chão.


Gota de chuva, resto de temporal,
no mar, imenso, do teu, meu, olhar.
Se mais perto mais longe fica o mal,
e uma gota também e saber amar.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Uma Lição

Em cada lágrima que desagua no mundo,
aprendes que o mundo é injusto e agreste,
e que o doer por mais que seja profundo,
existe porque, exististe, amaste e estiveste.


Em cada noite sem sono, ou com ele por vir,
aprendes que a vida por vezes é dura e má,
e que sempre que te esforces por sorrir,
ela te ajudará a sorrir e a ser feliz por cá.


Eu queria roubar-te um raio de luz,
só para poder brilhar como tu consegues,
Planar com a leveza do sorriso que seduz,
e aprender a ser feliz como me pedes.


Em cada momento guardado na alma,
aprendes que ser de alguém é ser feliz,
e que por mais vezes que percas a calma,
ela volta sempre, sempre quando sorris.


Em cada espaço de vida, desta que não desejo,
aprendes que amar e ser amado e algo raro,
e que a felicidade que vem dentro de cada beijo,
é tão imensa que o torna no bem mais caro.


Eu queria roubar-te um raio de luz,
só para poder brilhar como tu consegues,
planar com a leveza do sorriso que seduz,
e aprender a ser feliz como me pedes.

Em cada sentimento de saudade presa no peito,
aprendes que um segundo no amor verdadeiro,
é infinitamente mais tempo que uma vida sujeito
á solidão de, uma vida não vivida por inteiro.

Em cada lição de amor que fores capaz de ouvir,
aprendes que a vida é boa quando tu a vês assim,
e que um carinho é tão bom de receber e sentir,
que guardo todos os que tenho para ti em mim.

Eu queria roubar-te um raio de luz,
só para poder brilhar como tu consegues,
Planar com a leveza do sorriso que seduz,
e aprender a ser feliz como me pedes.

domingo, 2 de novembro de 2008

Se pelo menos...



Se pelo menos...
Eu conseguisse e te pudesse falar,
dizer-te tudo o trago preso na garganta,
falar-te de tudo o que me encanta.


Se pelo menos...
Tu me ouvisses e quisesses partilhar,
falasses de ti, de mim, de tudo e do amar,
e por fim nos pudéssemos abraçar.


Se pelo menos...
Eu tivesse como e tu quisesses de verdade,
se a estrada se encurtasse numa cidade,
e se os momentos fossem sempre de sinceridade.


Se pelo menos...
A verdade não fosse mentira,
o teu olhar não me visse com ira,
e partilhasses o ar que se inspira.


Se pelo menos existisses, amor,
fosses, luz, cor e verdade sentida,
Fosses o abraço doce confortador.
Se fosse assim... então havia vida.

Horizonte



Perguntas... Mas foi sempre assim?
Sabes, um dia sonhei, cantei e sorri,
tudo o que um dia era bom em mim,
partiu num dia, para sempre, me perdi.


Sabes, os sonhos são feitos,
daquela matéria inexistente,
e quando são simples e perfeitos,
dão-nos felicidade permanente.


O ar que respiras, mais não é,
que um sonho perfeito de vida.
Só alcanças um destino pelo teu pé,
e só lá verás a felicidade devolvida.


E o olhar, pelo qual vês o mal e o bem,
na verdade é apenas uma conjugação,
de verdades evidentes que o mundo tem,
e que te fazem bater forte o coração.


O cheiro, do sabor que o tacto te dá,
ajudam a esboçar o amor quando sorris.
E se o destino se esconde quando vais lá,
é apenas porque viver é saber ser feliz.


Perguntas... Mas foi sempre assim?
Sabes, um dia sonhei, cantei e sorri,
tudo o que um dia era bom em mim,
partiu num dia, para sempre, me perdi.

sábado, 1 de novembro de 2008

15 minutos


Dá-me quinze minutos do teu tempo,
abraça-me, só tu me sabes acalmar,
dá-me o teu ombro, so um momento,
deixa-me sentir-te, calado, e chorar.


Sem saber porquê, ou porque não,
sem entender ou conseguir explicar,
só queria poder sentir a tua mão,
porque só tu me podes ajudar.


Penso que nada merece tudo isto,
que tudo e tanto mecia outra sorte.
A minha alma confusa é um misto,
de dor, mágoa, ignorância e morte.

Estrela Tatuada

Por ti, pintei uma estrela, maravilhosa,
fi-lo no meu corpo, do lado do coração,
quis que fosse eterna apesar de dolorosa,
que quando a olhasse o fizesse com emoção.


Fi-lo e refazia-a mil vezes mais, com sentimento,
porque a dor é bem menor que a desta carência,
e no meu corpo irás ficar em cada doce momento,
olhando-a minimizo a saudade da tua ausência.


Conhecedo-me, sabes que o fiz com a maior paixão
Só o mais importante fica para sempre em mim,
és priveligiada e tatuei-te também no meu coração,
e essa tatuagem, nem que morra irá ter alguma vez fim.

Tocar da porta


cada segundo, um milénio que subsiste,
na ausência de doce palavra e gesto,
e se o sol que vem todos os dias existe,
porque não se acalma o meu protesto.


Um pedido de ajuda, por uma mão vazia,
por um olhar surdo e voz muda de gritar.
Um pedido que não se ouve, nem o queria,
mas que existe e insiste em seapresentar.


E não o ouves, finges que não o vês,
mentes, desejando-o e dizendo não.
Foges sem querer saber os porquês,
recusas a quem quer dar-te a mão.


Olho o telefone, parado, com insistência.
À espera da cura que tarda em chegar,
do tocar da porta que traga o fim da ausência,
do abraço que, feliz por fim, me faça chorar.


Mas não, retarda, e a solidão é cada vez mais dura.
se viesse já tinha chegado onde sabe que estou.
Para fazer valer uma lágrima de felicidade pura,
para dizer que vale tudo por quem um dia se amou.

Véu



Mais uma noite, fria, sem aconchego.
È tarde e o sono não veio, não chegou.
È cedo, manhã, e o ansiado doce sossêgo,
parte dizendo que esta noite já acabou.


Em sonhos, gestos perdidos, vejo saudade,
na mistura da lua com a chuva e o vento,
sinto a agre e cara conta da infelicidade,
por cada lacerado e esquecido momento.


Ninguém, neste mundo pode tudo sentir,
tudo querer, tudo sonhar, pintar e desejar,
e depois dizer que afinal estava a mentir,
que tudo o prometido era uma Não Amar.


Todos menos tu, que pintas bonito o céu,
que fazes o inverno ser doce e ter calor,
que te escondes atrás desse teu opaco véu,
Podem dizer que nunca foi verdadeiro amor.


E tudo se defaz, se dissolve, nunca mais.
E se a vida nos leva para distante de nós,
Eu recuso,sim, desejo que sejamos iguais,
porque o amor nunca é feito a uma só voz.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

As minhas noites


É sempre desta hora até ao acordar
que mais dilacera e mói, arde e dói.
Como se a noite que eu soube amar,
pelo passado, me desse o que corrói.


Está frio, o corpo saindo ao inverno,
está escuro, o olhar ofuscado pela luz,
deixo a alma entregue neste inferno,
de não ter um sonho que me seduz.


Ingrata e injusta pelo que me dá
noite pérfida, que não sei apreciar.
Umas ali, outras além, ou hoje cá,
de nada sabe o que tenho para cear.


Só escrevo e apago infinitamente,
parece que nada se conjuga mais.
Adormeço cansado lentamente,
só, vagueio em sonhos irreais.


Acordo, iludido, procurando sem sentir,
não encontro companhia neste frio leito,
olho o vazio, e choro, onde queria sorrir
por te ver a dormir ao cobrir o teu peito.


Este gesto que repito pela noite fora,
que era automático e hoje demora,
leva-me ao, cada vez mais frio, acordar,
por não ter a meu lado quem queira amar.

Fim do dia

Sinto a pulsação, ... ora fraca... ora forte,
Como se em cada noite fossem revelados
os fantasmas do dia e a sua pobre sorte
de serem, em cada segundo, mal amados.


Sinto bater como se ritmo de música fosse,
como se variasse de som frenético a lento,
uma vezes amargo, outras mel, ou agri-doce,
como se fosse parar a qualquer momento.


Não, não me sinto bem e não me sinto mal,
se uma vezes fico a lembrar o doce pairar,
outras fico com uma fingida inércia mental,
e por fim choro, só sem ter quem abraçar.


E assim passo , horas de ir tarde sem ser tarde,
oiço, no vazio, o som cheio, que vagueia em mim.
Arrefeço a dor que ficou do fogo que não arde,
e penso... mais um dia que chegou ao fim.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O mais doce amanhecer

Vagueaste, hoje, no meu sonho agitado.
Leve, como uma brisa na praia ao luar,
embrulhados num cobertor enrugado,
que aquecia o sonho imenso do nosso amar.


E dançavas, parada, partilhando o amanhecer,
onde sol nascia e a lua parecia querer dormir,
o mar e o rio misturavam-se sem se perceber,
e ao frio, abraçados, o calor fazía-nos sorrir.


Sonho de noite escura, pintada em tons claros,
sentados sonhávamos com o futuro que sorria,
partilhávamos segredos e gestos de amor raros,
naquele amanhecer bonito dessa saudosa baía.


Os barcos na faina, brilhavam como estrelas,
As ténues ondas cantavam para nos embalar.
A areia, o nosso ninho, tornava as palavras belas,
e as gaivotas planavam paradas no meu sonhar.


Fizemos juras e promessas, no sonho interrompido.
Desatámos o desejo, doce, preso na luz daquele luar.
Com estrelas formámos frases naquele momento querido,
È incomparável o sonho agitado de te ter e te amar.

Alma de Verdade

É amargo o sabor, do saber e sentir, da incapacidade.
Deixa-nos estarrecidos pela falta de compreensão.
E tudo o que se esvanece com o avanço da idade,
jamais sarará na ferida aberta e profunda no coração.

Porque, sem uma explicação, se vão palavras e gestos
em ventos de egoísmo, como se nada valesse a pena?
Talvez porque a alma só viva nos sonhadores lestos,
para quem a vida é amor e a felicidade sempre pequena.

Alma de verdade, pura, limpa, sincera, nunca emudecida.
Poderei até, um dia no fim da peça, calar-me e morrer,
mas levarei comigo a verdade de quem viveu numa vida,
a sinceridade de falar quando isso podia fazer perder.

E em verdade, limpa, rasgarei todos os mares impetuosos,
da doce ilusão da mentira, do calar, do partir sem explicar.
Pintarei no vazio, com sombras de nuvens e raios de luz saudosos
tudo o que para mim é o verdadeiro, puro e sincero amar.


"Sê descuidado no traje, se quiseres, mas conserva limpa a alma."
( Mark Twain )

Solidão

"Todo o inferno está contido nesta única palavra: solidão. "
(Victor Hugo)

Assim é... assim foi e até quando será?
Descendo a escadaria da ilusão inversa,
penso onde irei chegar, onde me levará
esta descida árdua, triste e perversa.
Ás vezes sem querer, Muitas sem perceber,
vou descendo porque se o céu é lá em cima,
o inferno fica lá em baixo onde tudo deve arder,
onde até um gesto, um olhar, esse fogo dizima.
Sigo só, degrau a degrau, desamparado.
Sem ter asas, palavras, mas levo a imagem.
Com fome de ter companhia para dormir descansado,
sigo, lastimoso, a minha derradeira viagem.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Música esse som iluminado do amor


A pedido da minha amiga Ana Fernandes


Este som que me dás, um doce silêncio de amor,
Vem embalar-me, encantar-me com a sua luz,
Brilhante, suave, carinhoso e de terno odor,
Para mim… fundamental e que me seduz.


Espero que esteja do teu agrado e que lhes dês a finalidade que achares por bem. Desulpa não estar muito inspirado...


sábado, 30 de agosto de 2008

Brisa Envolvente

Olho o teu sorriso, como quem vê a luz do sol,
insipiro, expiro, inspiro-me no teu olhar.
Passo horas a ouvir-te, a sentir-te, a sorrir-te,
sem te ver, mas a olhar-te e a sentir o teu tocar.


São assim os meus dias e as minhas noites,
todos os meus sonhos, acordado ou a dormir.
A saudade existe, não pela tua simples ausência,
mas porque um dia estivémos juntos, a sorrir.


Brisa que me envolves, e me arrepias
Estrela, minha, que me levas e guias.
Olhar distante mas sempre presente
em que recordo a doçura quando sorrias.


É à noite quando tudo fica calado e escuro,
que arde muito mais e se inunda o olhar.
Fecho os olhos, enxugo a cara e penso o futuro
e espero o teu voltar... o teu verdadeiro amar.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Daltónico

Sim, eu sei que, por impulso, sou daltónico
vejo,muitas vezes, esta vida que é verde
negra e intranquila, em formato cónico
onde que se ganha é menos que o que se perde.


Olho o céu, e por mais azul que esteja
insisto no erro de pintá-lo de cinzento.
E no fim de cada dia já nada mais sobeja
porque erradamente não vivi o momento.


Mas há sempre uma hora de ver as cores
vivas e todas como elas realmente são.
È o momento em que trocamos amores,
em que partilhamos o nosso coração.


É essa a verdadeira cura do meu daltonismo,
contrariando a lei médica um dia sentenciada.
A minha doença não padece de algum sofismo,
fica boa porque na vida se sente acarinhada.

terça-feira, 29 de julho de 2008

O meu mar

É o mar, aqui à minha frente,
Que me diz que ainda existo,
Que se mostra sempre quente,
E que a ele, feliz, nunca resisto.

Este mar, doce, que me abraça,
Salgado, suave e sempre belo.
Que ao seu olhar me embaraça,
E, sem falhar, derrete todo o gelo.

O mar de verdade que se revela
Sincero e sem máscaras, a nu.
Um mar que te simboliza bela,
Um mar que afinal… És TU.

Um mar calmo, feliz e arisco,
Que envolve e me deixa viver,
Um mar por quem me arrisco,
A ser feliz por todo o seu Ser.

Este mar que me adoça a vida,
Que leva ao céu sem daqui sair,
Um mar que acalma a dor sofrida,
E que de novo, longe, me faz sorrir

O mar de verdade que se revela
Sincero e sem máscaras, a nu.
Um mar que te simboliza bela,
Um mar que afinal… És TU.


21 de Julho de 2008 – Benidorm – 15:34

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Mentir a Sorrir

Tentei esquecer, juro que o fiz com vontade.
Mas guiado pela cabeça o coração não obedece,
e ainda que sinta tudo com a máxima verdade,
o meu sol está doente e frio e raramente aparece.


Oiço a voz que me faz sonhar, de noite e acordado,
não como, não durmo, não consigo parar de chorar,
oiço as mesma música que embalam este meu fado,
porque é impossível deixar de te querer e amar.


E sei, que o teu não, é um sim triste e reprimido,
a tua recusa, negação e falta de vontade de ser feliz,
tentas disfarçar nesse teu ar resoluto e assumido,
e não dizes com o olhar o que dizes mentindo quando sorris.


E sei que não é feliz, nem nunca poderás ser vivendo uma mentira,
posso até não ser a tua felicidade, não ser o ideal, mas sou assim,
E correndo o risco, de em mágoa um dia sofrer por toda a tua ira,
Espero a mafaldada hora em que irei falar de tudo o que vai em mim.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Apesar de Tudo

Apesar de Tudo, foi bom...
Ter-te ouvido dizer que eras minha,
quando feliz acordavas a meu lado.
Ter tido contigo muito do que a vida tinha,
mesmo quando dizias ser tudo errado.


Apesar de tudo, foi bom...
Ter sentido que era teu, só teu.
Ter tido um sorriso único, um Tesouro.
Ter nesse olhar visto tudo o que foi meu,
ter tido em ti Sonho muito mais que Ouro.


Apesar de tudo, foi bom...
Ter aprendido contigo o que era amar.
Ter partilhado segredos, planos e projectos.
Ter contigo prazer em viver e passear.
Ter contigo símbolos em músicas e objectos.


Apesar de tudo, foi bom...
Ter pensado em ti em cada segundo dos dias.
Ter sonhado, de noite, contigo em cada segundo.
Ter estado, sido o que fui, porque sentia o que dizias.
Ter sido, o que também me foste, o meu pequeno Mundo.


Apesar de tudo, foi maravilhoso
Ter sorrido e vivido sempre o melhor dos dias.
Ter sentido e dado o melhor das noites, em momentos.
Ter para ti cantado, escrito, sonhado enquanto sorrias.
Ter sentido que o nosso amor gerava brisas e ventos.

Errante


Não sei se vais ler o que escrevo,
também nunca escrevi para o leres,
fazia por mim, porque acho que devo,
fazia-o para serem melhor os adormeceres.


Mas hoje, como ontem, já nada faz sentido.
O sol já não vem mostrar o que sei de cór.
E apesar de me sentir enganado e traído,
eu sei, trocámos o que tínhamos de melhor.


E foi sempre tudo sincero, verdadeiro e puro,
foi sentido, enorme e para sempre marcante.
Fazer amor contigo, sonhar ter contigo um futuro,
e tudo desabar e ver que era um sonho errante.


Fui obrigado a ler, de olhos tristes e afogados,
O que, a alguém, deve ter dado imenso prazer.
Tomaste a tua opção, fizeste a escolha em ira.
Mas o erro não sou eu, e só depois irás entender.


Depois, nem um desculpa disseste, acabou num "Adeus".
Poderá ser tarde, ou ainda a tempo talvez, se um dia te vir.
Talvez um dia os meus sonhos possam ser de novo os Teus,
e então possamos de novo, na praia abraçados, voltar a sorrir.