Frágil a incerteza que te embarga a obra,
que trazes na tua alma em jeito de sonho,
silêncioso tormento que te sufoca e dobra,
e te leva de viagem num pesadelo medonho.
São os sonhos que nos fazem voar livremente,
nada é tão nosso quanto os sonhos que temos,
pedaços de uma alma magoada e tão descrente,
com cicatrizes profundas dadas pelo que vivemos.
E se na noite a matéria embarca num vôo sonhador,
com asas imateriais e espaço para além do infinito.
É pelo dia que mascáras com o sorriso essa tua dor,
da verdade, ou mentira, que estremece e cala o grito.
Por mais que tentes ver para além do horizonte turvo,
temes a queda imensa que a maldade te pode oferecer.
Frágil a insana insegurança, de que me escondo e curvo,
com medo que depois de hoje a alma nunca deixe de doer.