domingo, 23 de maio de 2010

Vida...

Chama por mim no teu silêncio ensurdecedor,
diz com os teus olhos o que grita o teu coração,
vive em fuga, escondida de um verdadeiro amor,
vive a escravatura de uma vida sem emoção.


Chama pelo sonho que nos faz sorrir,
e virá de novo com todo o seu esplendor,
só tu sabes que ele nunca irá partir,
só tu sabes como é um verdadeiro amor.


Chama pelos Deuses e astros que conjugam a vida,
segue o caminho que sabes tão bem ser felicidade,
eu vou reencontrar-te em cada regresso ou ida,
porque é única e só nossa esta pura cumplicidade.


Sento-me na estrada para o infinito do horizonte,
espero por ti e por toda uma eternidade prometida,
exausto mas não desisto e subo esse enorem monte,
mais vale morrer a lutar que existir sem ter vida.


Chama-me vida, chama-me tesouro,
diz de novo o que calas por ser verdade,
para mim és ar, água, sol, fogo e ouro,
para mim és do que é feita a felicidade.


Nas ondas do mar revolto que é a minha existência,
espuma o querer quando bate nas rochas da solidão,
é um viver em sobressalto e uma luta em permanência,
é um querer que sabes, sentes e também trazes no coração.


Posso até ficar mudo, cego, surdo, imóvel e insensivél,
posso nunca mais ser ser, ser vida, sorriso ou sentir,
pode o desejo, o querer e o amar não masi ser possível,
mas a minha alma é tua e será feliz se te vir a sorrir.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A hora marcada...

No Tic Tac regular dos ponteiros do meu relógio,
que marcam o tempo em cadência demorada,
passam réstias de memórias tão marcantes,
passam tudo e tanto que agora vale nada.


Sabes, está a chegar a hora
de limpar as lágrimas e partir,
porque o destino já não demora
e eu quero fazê-lo a sorrir.


Nestes últimos dolorosos e demorados segundos,
choro sofridamente não apenas o que aconteceu.
Choro sobretudo os sonhos maior que mundos,
os sentimentos do que não se fez e se prometeu.


Indico à alma o caminho que deve seguir,
ainda que saiba que é difícil de o percorrer.
Quero a companhia da determinação e sorrir,
mas faltaram ao encontro e sinto-me a morrer.


Sabes está a chegar a hora,
de limpar as lágrimas e partir,
porque o destino já não demora,
e eu quero fazê-lo a sorrir.


Fica no chão a bagagem carregada de promessas,
deixo espalhados sonhos e planos de um viver.
Deixo para trás palavras sinceras sempre expressas,
em sentimentos puros de ser feliz e poder te ter.


Rasgaste acordos e todos os contratos de verdade,
mataste o que dizias ser só nosso, doce e eterno,
quebraste o prometido e assassinaste a cumplicidade,
trocaste o céu pelo que sabes e dizes ser o inferno.


Sabes está a chegar a hora,
de limpar as lágrimas e partir,
porque o destino já não demora,
e eu quero fazê-lo a sorrir.


É da janela fechada deste avião,
a última imagem que levo comigo,
que me fere de morte o coração
porque um dia quis ficar contigo.


Sabes chegou finalmente a hora
de limpar a alma do sentir e partir
o destino não importa se demora,
e eu jamais vou fazê-lo a sorrir.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Naufragar...

Todos os dias navego num mar sem maré,
todos os dias sem um único deixar falhar,
sem embarcação, quase sem força, sem fé,
em todos os dias sinto este marago naufragar.


Todos os dias esta torrente me inunda a alma,
explode pelo olhar em força deixa-me a soluçar,
rebenta a poesia do silêncio, implode a calma,
todos os dias começam insistentemente a chorar.


Pudesse ser eu uma ave ao invés de naufragar,
que voasse livre riscando o céu até ao infinito,
levar-te-ia um sorriso e um abraço ao chegar,
secaria os olhos ao vento por tudo que acredito.


E dizia-te tudo o que sabes ser verdade,
porque ninguém o sentirá mais que eu,
mostrava como é sentir tal cumplicidade,
de seres minha e ser só e apenas teu.


Todas as noites ao fechar da porta cai
a mascára a que a sociedade me obriga
Levanta-se o silêncio e a solidão nunca sai,
aperta-se o olhar, aperta o peito e a barriga.


E tento sem sucesso levantar vôo da saudade,
mas as asas do desejo não chegam para sorrir,
e fico solitário escondido de toda a humanidade,
a lembrar que te vi nesta mesma lágrima a partir.


Se calhar não disseo quanto significas para mim,
ou talvez nunca com força suficiente para te mudar,
Se o fiz fui o maior louco e por isso tive este fim,
porque nada nem ninguém mais que eu te irá amar.

sábado, 1 de maio de 2010

Estranha forma de vida

Pelo escorrer de uma lágrima fria,
sabes que o corpo já não tem dor,
que já não há nada que te sorria,
e que nem o fogo te faz sentir calor.


Falas em silêncio de olhos fechados
com amigos imaginários que fantasias.
Desabafas entre soluços amargurados
os desejos, sonhos, sortes e melodias.


E fazes do teu saber o sentir que nãos tens,
prometes a ti vontades que sabes não ter,
dizes querer ir quando sabes que nunca vens,
queres sorrir mas não sabes deixar de sofrer.


Talvez um sorriso preso numa vontade
te embale num sonho que tarda acontecer,
que misture a diferença com cumplicidade,
e possas enfim no teu sonho poder adormecer.


Mas na ressaca de um passado que se repete
perdes o comboio na viagem do teu ser feliz,
e a cada inspiro que um sorriso te promete ,
fantasias o teu futuro mundo enquanto sorris.


Mas efémero dura tão pouco o estado de levitação
nesta magia ilusória que é a tua estranha vida.
E cais de novo ao chão frio onde te pára o coração,
sentes de novo tão profunda e tua enorme ferida.