segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O que fazemos em vida ecoará na eternidade



No vôo desta noite fria, deixei-me levar,
embalado pela música das letras singelas.
Fingindo um crer eterno ao te ouvir falar,
flutuei em águas tão límpidas e belas.


Mas se tivesses atenção, ao meu olhar,
saberias que é dúvida o que sinto em mim,
podes complexamente até saber voar,
mas é impossível saberes sorrir no fim.


Porque o faço, não sei, sou guiado pela verdade,
Se é engano, podes até acreditar que seja,
Porque o sinto, talvez por uma cumplicidade,
Se é de noite então que o sentimento nos proteja.


Um dia verás, por entre a tua mágoa e desilusão,
que tudo o que fazes em vida ecoará na eternidade.
Talvez os céus carreguem o teu pobre coração,
e te deixem ser feliz onde jamais existe idade.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Os espinhos florescem

Mostraram-me uma doce flor,
disseram-me ser uma rosa,
eu vi o que vê um sonhador,
sonhei em verso, vivi em prosa.


Pintei sozinho nos meus sonhos a cores,
mundos imensos e sorrisos de felicidade.
Voei, sorri, senti e curei todas as dores,
com a sua beleza e a nossa cumplicidade.


Olhei tantas vezes ao pôr-do-sol quente,
a delicada e doce beleza que tinha tão sua,
sorri com o carinho que o coração sente,
sentir parar o mundo singelo á luz da lua.


Piquei-me, feri-me, doeu vezes a fio,
não vi que tinha espinhos, a doce flor,
vi-a espinhos a florescer a beira rio,
vi que a dor é curável com o seu amor.


O frio do inverno, seca a doçura do amor,
então guardei-a onde se guarda um tesouro,
no coração dorme aquela divina e bela flor,
é preciosa e vale muito mais que ouro.