
Seguro, com força, a réstia de esperança
deste tenebroso, escuro abismo me salvar.Choro sózinho como amedontrada criança,
anseio uma mão que me consiga amparar.
Chamo abrigo a este fino galho que me segura,
e pelo meio das lágrimas frias nascem planos,
e sorrio, também mereço, enquanto tudo dura,
mas quebram-me o galho maldoso humanos.
E de novo caio gritando aflito por um socorro,
nada me ouve mas pelo menos desabafo a dor,
e se não doer pergunto porque não morrro,
porque é sempre negro o que outros vêm a cor.
Vem mais um galho, uma pedra, um abrigo,
uma voz que ajuda, um abraço, uma mão,
vem mais uma vez que penso ser um amigo,
e que me trará por fim a eterna salvação.
E tudo recomeça, como se a mágoa fosse circular,
ou como se o imenso abismo nunca tivesse um fim,
Quando penso que terminou, volta tudo a começar,
como que se não houvesse um perdão para mim.
Talvez seja isto viver, e então lutarei eternamente,
com todas as forças e armas que a vida me der,
lutarei sózinho por de todos eu sentir diferente,
lutarei por um sonho, um ideal por quem quiser.
Venham todos os males do mundo em conjunto,
libertem demónios que existirem que eu lutarei,
as forças que tenho jamais me deixaram defunto,
sou rebelde lutador com ideais e assim viverei.