
Sem sentido num vazio escuro,
escorrendo dos olhos a saudadeque inunda a alma... è tão duro,
ser vida e alma de verdade.
Pode até ser a chuva que cai,
ou os ventos fortes do inverno,
esta tempestade que me sai,
afogando torna a alma em inferno.
Se não fosse este canto, solitário,
onde cumpro a minha pena injusta,
diria que é de noite ou dia imaginário,
mas é verdade esta mágoa que custa.
E se na solidão de um olhar na multidão,
vier um frio quente que invade a alma,
sentir o teu corpo inerte cair ao chão...
pode ser o fim, pode ser finalmente a calma.
E tu meu anjo, se ouves o meu silêncio desalmado,
dá só mais este pedido, a mim que estou perdido,
exausto, amargurado, magoado e tão cansado,
deixa-me chorar, para sempre, ao teu ouvido.