
É este ar fresco matinal no rosto ensonado,
brisa marinha, intensa, perfumada a orvalho,o simples querer de um ser triste e cansado,
que tantas vezes tem por companhia o trabalho.
Pode até ser apenas a ilusão de um bem querer,
ou até um sonho que não se quer mais acordar,
seja o que for, porque o destino o manda fazer,
quero senti-lo em mim e poder voltar a sonhar.
Suspirinhos de felicidade,
doce sorriso que faz sonhar,
alegria que carrega a saudade
da vontade de querer acordar.
Antagonia irónica entre o dentro e o fora na alma,
ou mesmo o desejo, preso e reprimido de um grito.
A certeza da dúvida que nem assim abala a calma
de um coração que para ser feliz luta ferido e aflito.
Ainda que carregue no seu íntimo mais secreto,
toda uma vida em mágoa, de um triste não saber,
lança, por fora, suspirinho de um amor discreto,
lança por dentro, em festa, todo o seu bem querer.