
Era um circo, pequeno mas engraçado,
nele tudo era perfeito, lá tudo era alegria,
O Patrão, um apresentador afamado,
dizia, tudo era bom se uma criança sorria.
E quis crescer, tornar-se enorme e gigante,
contratou estrelas, vedetas e comprou animais,
fez do seu circo algo sem nada semelhante,
criou um espéctáculo com ilusões irreais.
Mas esqueceu o que é o circo e o seu propósito,
alheou-se de ser justo, humilde e verdadeiro,
alheou que os seus filhos são o seu fiel depósito,
esqueceu o que o que queria o mundo inteiro.
Um dia em desespero pegou no seu filho, palhaço.
E quis fazer dele à pressa, sem jeito nem preparação,
um Homem na corda bamba lá em cima muito alto,
e do seu filho nunca aceitou uma reclamação.
O palhaço, que nada mais queria que era sorrir,
fazer sorrir e distribuir fatias de alegria e felicidade,
tornou-se homem, na corda bamba, a ir e vir,
em movimentos que se perdiam com a idade.
E sem alegria, o palhaço, na corda bamba, viveu,
foi infeliz mas era lindo o seu número de habilidade.
Até que um dia o seu show ficou pobre, esmoreceu,
tornou-se chato, aborrecido e de fraca qualidade.
E o palhaço que um dia tinha sido o maior do mundo,
que fez de tudo lá em cima na corda bamba da vida,
de repente, sem aviso perdeu tudo num segundo,
e a sua performance deixou neste circo de ser querida.
Mas o apresentador, homem forte, nunca derrotado,
sem avisar decidiu dar ao show um novo alento.
E na hora em que o palhaço lá em cima tinha começado,
e tirou a rede que lhe protegia o erro no movimento.
E o palhaço, sem aviso e aterrorizado, continuou.
Mas incrédulo, tornou o seu passo tremelicado.
Tropeçou, caiu de muito alto e viu que tudo acabou,
e sorriu a morrer porque a felicidade é o seu maior pecado.
O homem da corda bamba, que um dia sem rede trabalhou,
que só era feliz e bem sucedido em palco a ser palhaço pobre,
Morreu mas é feliz onde quer que esteja, porque aqui deixou,
A história da sua vida e de como ser humilde é muito nobre.
Hoje o circo foi vendido, a quem da arte percebe.
Homens sábios mostram ao afamado apresentador,
que de nada vale o que se dá e sobretudo recebe
se em tudo o que se faz nunca o fizermos com amor.