
Coitados, sim já me sinto um Zé Ninguém.
Daqueles que são rejeitados e preteridos ,
ignorados por ti, por todos e mais alguém.
Mas senti o carinho nas palmas dos preferidos.
Foi bom, aquele sentimento antagónico,
numa entrada que julgava ir ser de rejeição,
Levantaram-se os bons, fiquei atónito,
as palmas aquecerem-me o coração.
Ainda mais, porque duas bestas ali estavam,
roendo a inveja com uma profunda azia,
souberam e viram o que não esperavam,
palmas a mim, aquele que mais mal fazia.
Pena, que o pai de todos, quem em nós mandava,
não estivesse ali para sentir, espantar-se e ver.
Para ver como erra comigo, como se enganava,
quando pensava que o mal era eu e o meu ser.
Mas enfim, eu não sabia de leis para mandar.
Nem para comercial servia, coitado de mim.
Loucos, mentiroso, vigaristas a premeditar,
pensavam que um dia seriam o meu triste fim.
Sinto pena sim, mas pena de um sonho acabar,
do que se passa sinto revolta, de quem culpa tem,
de quem por querer, mais que o que é, mostrar
um dia irá acabar, na solidão, sem ninguém.
Nesse dia, e noutros iguais, soube que era querido,
senti o carinho, o louvor, que nunca tive de quem quis,
Senti a meiguice no meu triste coração muito ferido,
Senti que sou, Zé Ninguém, mas amam-me pelo que fiz.
Obrigado aos meus verdadeiros amigos e ex-colegas de trabalho. Um dia, quem sabe, poderemos ser novamente uma família sem ovelhas ranhosas que nos enfiaram num poço onde o nosso sonho não chega. Nesse dia, subirei ao mais alto ponto do mundo, o ponto onde já me tiveram por segundos, subirei ás Vossas palmas e de lá Vos direi... Obrigado Minha Família.